Analistas políticos moçambicanos dizem que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, receia que o projecto das regiões autónomas não passe no parlamento moçambicano, onde a Frelimo tem uma maioria absoluta, e daí a sua disponibilidade para se encontrar com o presidente Filipe Nyusi, de modo a que possa conseguir eventuais concessões.
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Afonso Dhlakama disse, na semana passada, estar disponível para se reunir com Filipe Nyusi, o que pode significar que o líder da Renamo sabe, de antemão, que do parlamento não levará nada, pelo que acha melhor negociar directamente com o Chefe de Estado.
O arquitecto e analista político Tomás Rondinho diz que o líder da Renamo está consciente de que o projecto das regiões autónomas não vai passar no Parlamento, pelo que é positivo o facto de ele estar disponível para se encontrar com o Presidente da República.
"É importante que eles se reúnam para debater melhor os assuntos que interessam ao país. Isso é um bom sinal porque Moçambique não pode continuar na incerteza. Há muita coisa que devia avançar e não avança porque há o temor da guerra", considerou o analista.
Mas o jurista António Mungoi afirma não saber se bastará um encontro entre Nyussi e Dhlakama, "porque a experiência mostra-nos que não existe um discurso uniforme entre o Presidente da República e o presidente da Frelimo'.
Refira-se que a ideia de um encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo havia sido defendida também pelos mediadores moçambicanos do diálogo politico em Moçambique.