Novo ataque deixa um morto em Moçambique

Vítima foi decapitada em Macomia nesta terça-feira

Uma pessoa morreu decapitada num novo ataque de um grupo de supostos insurgentes com inspiração radical no inicio da tarde desta terça-feira, na zona de Likobe, não distante da aldeia de Chai, distrito de Macomia, na província moçambicana de Cabo Delgado.

Uma fonte da VOA no local informou que a vítima é um civil e que foi enterrado há momentos.

Outro morador acrescentou que a vitima foi morta à catanada quando se encontrava a cultivar na sua “machamba” e que o corpo foi descoberto por vizinhos.

As fontes acrescentaram que o grupo de atacantes, não identificados, “não chegou a entrar na aldeia” e que não há casas incendiadas.

Há quase três semanas um ataque de um grupo de insurgentes deixou em cinzas a aldeia Unidade, no posto administrativo de Quiterajo, também no distrito de Macomia, sem deixar vitimas.

O grupo armado entrou a disparar a 3 de Novembro na aldeia, com gritos de “ala”, e atearam fogo a 45 moradias, uma mesquita e uma escola e saquearam vários produtos alimentares nas pequenas lojas informais, além de levar animais.

O ataque a aldeia ocorreu dois dias depois da chegada do apoio alimentar do Programa Mundial Alimentar (PMA), para assistir a população.

Um contingente das Forças de Defesa e Segurança foi reforçada na região desde Outubro, quando foi anunciada a intenção de criação de bases por militantes radicais da Tanzania.

Desde o início dos ataques, em Outubro de 2017, o governo de Moçambique prometeu eliminar o grupo, mas um ano depois os ataques continuaram.

Pelo menos 90 pessoas foram mortas e centenas de casas incendiadas pelos atacantes nos distritos de Palma, Macomia, Mocímboa da Praia e Mueda.

Actualmente decorre na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, o julgamento de cerca de 200 pessoas acusadas de envolvimento nos ataques, incluindo tanzanianos.

Localmente os atacantes são chamados Al Shabab, mas o grupo islamita somali com este nome nunca reivindicou qualquer associação.