Nove menores moçambicanos vítimas de tráfico humano na África do Sul regressam ao país

  • VOA Português

Joanesburgo

Eles foram encontrados numa fábrica chinesa na cidade mineira de Nigel, província sul-aficana de Gauteng

Nove jovens moçambicanos, com idades entre 13 e 17 anos de idade, encontrados numa fábrica chinesa em Nigel, cidade de Ekurhuleni, na província sul-africana de Gauteng, devem ser repatriados para Moçambique a qualquer momento, depois de um tribunal ter decidido nesse sentido.

A polícia sul-africana disse ter encontrado os menores durante uma inspeção do Departamento do Trabalho e Emprego às instalações da fábrica, no sudeste da capital económica sul-africana, Joanesburgo, e que são vítimas de tráfico humano.

O porta-voz do Departamento de Desenvolvimento Social, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente do Governo provincial Gauteng disse à imprensa sul-africana que os jovens “relataram que chegaram à África do Sul no dia 15 de Janeiro num táxi com cerca de 14 outros rapazes da sua aldeia depois de terem sido recrutados pelo motorista da empresa em Moçambique”.

“O taxista teria vindo da mesma aldeia e perguntou a jovens e famílias interessadas em trabalhar na África do Sul, Joanesburgo. Ele informou aos recrutas e familiares que não havia necessidade de passaportes ou documentos”, informou Themba Gadebe, quem acresscentou que os rapazes disseram ser da aldeia de Nbacunte, em Xai-Xai.

“As crianças, que têm entre 13 e 17 anos, foram colocadas no Centro de Assistência Infantil e Juvenil Mary Moodley, em Benoni. Foi aberto um caso de trabalho infantil, más condições de trabalho e emprego de menores indocumentados contra o proprietário de uma empresa de fornecimento de energia elétrica. em Nigel", continuou Gadebe.

Aquele porta-voz revelou ainda que, “segundo as vítimas do tráfico, dentro do microautocarro havia outras crianças da mesma idade usando sapatilhas caros e iPhones, que os convenceram a irem com elas”.

Com a decisão do Tribunal de Menores em Nigel, as autoridades vão promover o seu repatriameto num “cuidado processo entre os departamentos de desenvolvimento social dos dois países”.

Themba Gadebe concluiu que “as crianças serão entregues aos assistentes sociais no posto fronteiriço de Komatipoort”, junto a Ressano Garcia, de Moçambique.

As autoridades moçambicanas ainda não se pronunciaram e desconhece-se também o procedimento para com a fábrica chinesa.