O rosto do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, deixa de fazer parte da nova família do kwanza, a moeda nacional, a circular a partir de 2020.
A decisão decorre da aprovação pela Assembleia Nacional, nesta quinta-feira, 19, da lei que autoriza o Banco Nacional de Angola (BNA) a emitir e a introduzir no mercado cédulas de 200, 500, 1000, 2.000, 5.000mil e 10.000 kwanzas que vão substituir as actuais.
A nova família da moeda nacional, denominada “Série 2020” vai incluir apenas o retrato do primeiro Presidente de Angola, por sugestão do Governo, contrariamente às anteriores que comportavam as figuras de Agostinho Neto e de José Eduardo dos Santos.
O jornalista Alexandre Solombe considera que só uma razão política pode justificar a emissão de novas notas do kwanza, porque a decisão é economicamente desnecessária.
Solombe admite que, com esta decisão, o actual Presidente da República pretende apenas apagar a imagem do seu antecessor.
“João Lourenço não é diferente, faz parte do mesmo grupo e vai impor a vontade que impera na sua consciência”, sublinha.
Entretanto, o também jornalista Ilídio Manuel é de opinião que “não faz sentido endeusar uma personalidade ainda em vida”.
Aquele analista entende que o rosto de José Eduardo dos Santos na moeda nacional serviu para “manter o culto da personalidade”, o que hoje já não se justifica.
“É uma medida oportuna”, defende.
A emissão das novas notas, que vão circular em paralelo com as de 2012, foi justificada pelo Governo com a necessidade de cédulas com “boa qualidade e durabilidade e de melhorar os dispositivos de segurança".