Os motoristas angolanos voltam a enfrentar longas filas para conseguir combustível, depois de a situação ter estado regularizada durante algumas semanas.
A Sonangol justifica a escassez do produto com a falta de divisas para adquirir os derivados de petróleo no exterior e a falta de pagamento das dividas, por parte dos seus clientes.
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Especialistas ouvidos pela VOA dizem que a justificação da Sonangol não colhe e que é típica de “gestão ineficiente”.
Um automobilista em Luanda diz que “não se admite que um país que tanto produz petróleo passe por estas dificuldades”, uma opinião partilhada pelo economista Estevão Gomes.
"Na minha maneira de ver, não se justifica que um país que é um dos três maiores produtores de petróleo em África passe por uma crise de combustível porque a Sonangol alega haver credores que não estão a honrar as dívidas e que a falta de divisas condiciona essa escassez”, diz Gomes que não aceita "este argumento”.
Aquele economista questiona porque o BNA não faz leilão ao sector petrolífero, “que dá muito mais receitas ao Estado”, quando faz em vários outros sectores.
Faustino Mumbica também afirma não aceitar as justificações apresentadas pela Sonangol, que “são típicas de gestões ineficientes”, e critica “os ministros, governantes e alguns deputados que têm os esquemas de receberem combustíveis a Sonangol de graça”.
Aquele economista acrescenta que “o Estado pague a esses senhores, depois não pagam ao Estado e são as mesmas pessoas que vêm apresentar estes relatórios levianos a nos dizer que o problema está na falta de divisas”.
Mumbica lembra que o país não produz porque “a importação beneficia os senhores que decidem e que são as mesmas pessoas que governam o país há 40 anos".
Em Luanda, a semana não começou bem para os motoristas e milhares de cidadãos que dependem do transporte: houve fila de mais de três horas em frente às bombas de combustível e muitos clinetes não conseguiram comprar gasolina.