Nomeação interina de oficiais da Renamo pode atrasar a desmilitarização

Ossufo Momade, presidente interino da Renamo

Ossufo Momade pede a Nyusi para corrigir as nomeações interinas, procedendo em conformidade com o memorando de entendimento.

O coordenador interino da Renamo, Ossufo Momade acusa o Governo de Moçambique de violar o memorando de entendimento assinado pelas duas partes, e manifestou-se desapontado com a nomeação interina de oficiais do partido para as forças armadas de defesa.

Falando a jornalistas em Maputo, em teleconferência, Momade manifestou também a sua indignação e preocupação relativamente à lentidão na implementação desse memorando, assinado por ele e pelo Chefe de Estado, Filipe Nyusi.

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Nomeação interina de oficiais da Renamo pode atrasar a desmilitarização

Na teleconferência, o dirigente da Renamo falou do seu recente encontro com embaixadores que fazem parte do chamado grupo de contacto, no âmbito das negociações de paz.

Entretanto, alguns analistas dizem que as declarações de Ossufo Momade traduzem um certo mal-estar que se instalou no seio da Renamo, pela nomeação interina de oficiais do partido, sublinhando que isso poderá atrasar o processo negocial, sobretudo a desmilitarização do partido.

O sociólogo Francisco Matsinhe diz que Ossufo Momade tem razão, porque não há nomeação interina para cargos que se sabe serão definitivos, realçando que muitas pessoas questionam, na rua, nos cafés porque é que esses oficiais foram nomeados interinamente".

O analista Fernando Mbanze diz que teve acesso ao memorando, e considera que o Governo está a faltar à verdade, "porque no documento vêm indicadas 13 posições que a Renamo deve ocupar nas Forças armadas de Defesa de Moçambique".

"É importante que o Presidente da República, signatário do memorando de entendimento, apareça publicamente, tal como o fez Ossufo Momade, para esclarecer o que foi acordado", destacou aquele analista.

Ossufo Momade pediu ao Presidente da República para corrigir as nomeações interinas, procedendo em conformidade com o memorando de entendimento.

O Governo diz que com as nomeações está a cumprir aquilo que foi acordado com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama.