O ministro da Economia e Integração Regional da Guiné-Bissau, Victor Mandinga, pediu a demissão por discordar da nomeação de Soares Sambú para o cargo de vice-primeiro-ministro e coordenador da Área Económica.
Assumindo posições contrárias a Sambú, o ministro demissionário é a primeira vítima do cargo criado ontem pelo Presidente da República.
Numa longa carta endereçada ao primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, Mandinga argumenta que "com a nomeação do vice-primeiro-ministro, que coordena a Área Económica, os poderes de decisão e cadeia do comando das acções governativas do ministro da Economia, ficaram alteradas relativamente ao quadro na qual a minha nomeação ocorreu".
Para o ministro demissionário, a decisão do Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, traduziu-se no esvaziar "das minhas competências orgânicas".
Na carta com data de hoje, 5 de novembro, Victor Mandinga escreve que "nos últimos meses a minha convivência institucional com o então o conselheiro do Presidente para Económica", entenda-se Soares Sambu, agora nomeado para o cargo do vice-primeiro-ministro, "permitiu equilibrar que a minha visão sufragada e aprovada pelo Conselho de Ministros sobre reformas e medidas de Politca Economica é, no essencial, diferente da visão do agora vice-primeiro-ministro, em termos estratégicos, tácticos e técnicos ".
Mandinga sublinha, por outro lado, não concordar com o facto de o Governo ter optado em "endividar-se" para pagar salários na Função Pública, ao invés de adoptar políticas reformistas e assinar um programa com o FMI.
"A decisão de endividar o país para modernizar e reabilitar as nossas infraestruturas deve ser tomada e prosseguida num contexto de transparência e controle democrático", voltou a defender na carta.
O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló vai agora nomear um novo ministro das Finanças.