O prémio Nobel de Química de 2017 foi atribuído ao suíco Jacques Dubochet, ao alemão Joachim Frank e ao escocês Richard Henderson por uma série de melhorias num dispositivo que revolucionou a observação de biomoléculas.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 4, pelo Comité Nobel.
A partir das inovações desenvolvidas pelos laureados, o crio-microscópio electrónico passou a observar a estrutura de biomoléculas no meio aquoso.
As imagens disponíveis são em resolução atómica.
Na prática, os cientistas podem congelar biomoléculas e observar processos químicos anteriormente não visíveis.
Para se ter uma ideia da descoberta, os primeiros microscópios electrónicos, por exemplo, "matavam" a matéria orgânica porque o feixe de elétrons necessário para a observação era extremamente forte.
Agora, além da observação de moléculas vivas, os processos pelos quais elas passam podem ser observados e, portanto, compreendidos.
"Agora, podemos ver os detalhes de todos os pontos de nossas células, podemos observar cada gota dos nossos fluidos corporais. Nós podemos entender como são construídos, como agem e como trabalham juntos. Estamos a presenciar uma revolução na bioquímica", diz Sara Snogerup Linse, do Comité Nobel.
A tecnologia atingiu seu auge em 2013 e permitiu, entre outras inovações, a visualização de estruturas presentes na superfície do vírus do zika que não seriam visíveis com dispositivos convencionais.