As forças russas continuam a bombardear várias cidades ucranianas nesta quarta-feira, 2, ao mesmo tempo que Moscovo diz estar pronta para uma nova ronda de negociações com a Ucrânia.
Kyiv também aceita negociar, enquanto na Rússia, um porta-voz do principal opositor político do Kremlin, Alexey Navalny, insta as pessoas no país e em todo o mundo a realizar protestos diários contra a invasão da Ucrânia.
A ofensiva russa inclui bombardeamentos contra a cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, e o anúncio não confirmado por fonte independente da tomada da cidade de Kherson, no sul.
Num vídeo divulgado hoje, o Presidente ucraniano relembrou o ataque ontem contra a torre da televisão pública em Kiev, localizada ao lado do memorial do Holocausto Babi Yar.
“Isso vai além da humanidade. Tal ataque com mísseis significa que, para muitos russos, nossa Kyiv é absolutamente estrangeira. Eles não sabem nada sobre a nossa capital, sobre nossa história. Eles têm ordens para apagar nossa história, nosso país e todos nós”, afirmou Volodymyr Zelenskyy.
O Presidente, que é judeu, pediu aos judeus de todo o mundo que “não fiquem calados” sobre o que está a acontecer na Ucrânia e lembrou que “o nazismo nasce no silêncio”.
“Gritem sobre o assassinato de civis, grite, sobre o assassinato de ucranianos”, pediu Zelenskyy que se encontra num refúgio.
Navalny pede protestos
Um porta-voz do principal opositor do Kremlin, Alexey Navalny, que está preso, escreveu no Twitter que Vladimir Putin “não é a Rússia” e que as pessoas “não podem esperar mais” para protestar contra a invasão.
Navalny pediu que as pessoas “na Rússia, Bielorrússia ou do outro lado do planeta” se reúnam na praça principal das suas cidades e se manifestem contra a invasão.
Negociações
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou que a delegação russa está pronta para participar na segunda ronda de negociações com as autoridades ucranianas, depois que o primeiro encontro, na segunda-feira, terminou sem grandes avanços.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia respondeu dizendo que o seu Governo também está pronto para se envolver na diplomacia, mas “não vai aceitar nenhum ultimato russo”.
Dmytro Kuleba acrescentou não saber quando será o novo encontro.