"No que depender de mim haverá Copa América no Brasil", diz Bolsonaro e oposição vai ao Supremo

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Jair Bolsonaro, Presidente brasileiro (dir) com o ministro da Casa Civil, Braga Neto

Relator da CPI da Covid-19 fala em "campeonato da morte" e especialistas em Saúde pedem cancelamento da prova

O Presidente brasileiro garantiu nesta terça-feira, 1, que se depender dele e do seu Governo a Copa América realiza-se no Brasil a partir do dia 13, como solicitou a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Ontem, depois do anúncio feito pela Conmebol nas redes sociais, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou que ainda não havia confirmação da realização do evento e que a decisão seria tomada hoje.

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Próximo a terceira onda de Covid, Brasil aceita receber Copa América

Em seguida, políticos e especialistas em Saúde criticaram a possibilidade da Copa América ser realizada no terceiro país com mais casos e mortes devido à pandemia no mundo e após a Argentina, sede da prova, ter recusado acolher o evento precisamente para evitar que a situação sanitária piore ainda mais.

Na segunda-feira, 31, numa ligação que não durou 10 minutos, Jair Bolsonaro aceitou que o Brasil fosse a sede.

"No que depender de mim, de todos os ministros, inclusive o da Saúde, já está acertado, haverá [Copa América no Brasil]. O protocolo é o mesmo da Libertadores, é o mesmo da Sul-Americana e também da Libertadores", disse hoje Bolsonaro a apoiantes em frente ao Palácio da Alvorada.

Ele afirmou ter sido procurado pela Confederação Brasileira de Futebol ontem para tratar do assunto e que conversou com "todos os ministros interessados".

"Da nossa parte, positivo", completou o Presidente que, mais tarde, num evento no Palácio do Planalto, voltou a reiterar que, "no que depender do Governo federal, será realizada a Copa América no Brasil".

Com quase 463 mil mortes devido à Covid-19 e além de 16,5 milhões de casos confirmados da doença, senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 criticaram a realização da Copa América no Brasil.

O relator Renan Calheiros classificou a decisão de "escárnio" e chamou o torneio de "campeonato da morte".

Por seu lado, o Partido dos Trabalhadores e o Partido Socialista Brasileiro pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as negociações do Governo brasileiro e a Conmebol e que impeça a realização da competição no Brasil.

O juiz do STF Ricardo Lewandowski pediu informações ao governo sobre as negociações.

Prova sem público e com condicionalismos

Em nota emitida ontem, o Governo determinou que cada uma das 10 delegações será integrada por apenas 65 pessoas e que todos os elementos devem ser vacinados contra a Covid-19.

Até agora, os jogadores das selecções do Paraguai, Chile, Venezuela, Uruguai, Bolívia e Equador receberam, pelo menos, uma dose.

Os jogos serão realizados sem público.