O Bispo do Namibe, Dom Dionísio Hisilenapo, disse que a pobreza e sofrimento em Angola não pode ser justificada pela falta de dinheiro ou alimentos mas sim pela falta de solidariedade e amor.
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O Bispo falava numa missa realizada Terça-feira em memória de centenas de angolanos mortos pelas autoridades em 1993 numa altura em que o país caminhava de novo para a guerra civil.
A paróquia de Santo Adrião, a mais antiga na região sul de Angola, não teve espaço para acolher e acomodar viúvas, filhos e parentes dos defuntos que estiveram presentes na celebração da missa.
As vítimas foram pela primeira vez publicamente homenageadas na segunda feira, dias em que se assinalou o 22º. aniversário do massacre ocorrido em 1993.
“O que nos falta hoje não é dinheiro, não é comida, isto tudo é mentira,” disse Dom Dionísio, “o que nos falta é o amor”, acrescentou.
O prelado saudou “os justos que falam a verdade e praticam a justiça”.
“Bem-aventurado todo aquele que for perseguido por praticar a justiça, os mártires são escudos da verdade”, disse.
Na Segunda-feira, familiares amigos e o dirigente local da UNITA homenagearam as vítimas do massacre de 5 Janeiro, com a deposição de flores nas valas comuns dos cemitérios do Calumbilo na cidade do Namibe e no cemitério do município do Tombwa, onde repousam os restos mortais de mais de seiscentas pessoas assassinadas no dia 5 de Janeiro de 1993.
Um familiar de uma das vítimas disse que nem todas as vítimas era militantes da UNITA.
“De tudo aquilo que o governo do Namibe fez no dia 5 de Janeiro de 1993, considera que é normal? fazer buscas as pessoas e fuzilar, algumas pessoas eram militantes da UNITA, mas outras não, foi vergonhoso,” disse este familiar.