Uma parte das empresas vencedoras do concurso para a limpeza da cidade Luanda pertence a figuras que o governo de João Lourenço colocou na mira da sua cruzada contra a corrupção e a impunidade.
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O jornal angolano, Expansão, cita o general Leopoldino do Nascimento “Dino”, o empresário António Mosquito, a ex-primeira dama de Angola, Ana Paula dos Santos e o seu filho, como estando directamente ou indirectamente ligados a algumas das seis empresas privadas, que foram seleccionadas pelo Governo provincial para limpar a cidade de Luanda.
Veja Também Angolanos no Twitter pedem saída da governadora de LuandaO Presidente da República disponibilizou recentemente 34,8 mil milhões Kz para a contratação de empresas para até ao final do ano recolherem o lixo produzido na província.
O Expansão cita a empresa Er Sol, que tem entre os accionistas Danilo dos Santos, filho de José Eduardo dos Santos e de Ana Paula dos Santos e ainda Vanda Macedo, irmã da ex-primeira-dama de Angola.
Segundo o jornal, o accionista maioritário é a empresa SANUTO que, por sua vez, tem como accionista maioritário, António Carlos de Oliveira descrito como “o homem que esteve na constituição do grupo Cochan, que em 2014 cedeu a totalidade da sua participação (70%) nesse grupo ao general Dino”.
Veja Também "Forças internas e externas" organizam campanha contra a Justiça e o Estado, diz João LourençoOliveira, segundo o Expansão, foi também administrador não executivo da Nazaki Oil & Gas, que pertencia a Manuel Vicente e aos generais Kopelipa e Dino.
A empresa Bacatral - Sociedade de Transportes constituída em 2000 -, que é uma das vencedoras do concurso, é apontada pelo jornal como tendo o empresário António Mosquito como detentor de 75% das acções.
“Avisem o Presidente da República que as tais forças ligadas aos que mais delapidam o erário público, ganharam o concurso para a limpeza de Luanda” comentou, a propósito, o conhecido jornalista Graça Campos através da sua conta no Facebook.
O jornalista angolano lembrava o discurso de João Lourenço que, na abertura do Ano Judiciário, terça-feira, acusou “forças internas e externas” ligadas aos que delapidam o erário público de estarem a organizar “uma campanha” que visa denegrir e desacreditar a justiça e o Estado angolano.
Para o analista Elias Isaac, a volta à ribalta dessas figuras é indicativo de que “o banquete ainda não acabou porque o sistema que o protagonizou é o mesmo”.
Elias Isaac diz que tudo acontece porque“ os monopólios estão nas mãos dos marimbondos porque eles é que roubaram e têm o dinheiro, as empresas e o sistema”.