A rede sanitária do município de Cacuso, na província angolana de Malanje, enfrenta um grande défice de médicos e enfermeiros para fazer face a uma densidade populacional de mais de 71 mil habitantes distribuídos pelas comunas-sede, Cacuso, Lombe, Quizenga, Pungo-A-Ndongo e Suqueco.
Apenas três médicas e 47 enfermeiros atendem o Hospital Municipal de Cacuso, um centro de saúde e 11 postos de saúde.
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Na comuna de Pungo-A-Ndongo o quadro é desolador.
Os três postos de saúde erguidos com dinheiro público há mais de um ano carece de técnicos.
Um residente local que não quis dar o seu nome disse à VOA que “os postos estão fechados há um ano”.
O enfermeiro “teve que fazer uma formação na cidade de Malanje, como era único cá, com a ausência dele nãoh ouve nenhum substituto e as coisas estão como estão”.
Uma residente que também preferiu o anonimato disse que “a saúde está mais doente”.
A administradora comunal, Maria Teresa Oleque, confirmou as debilidades e disse que “três postos construídos estão também a precisar também de restauro”.
“Neste momento não temos nenhum técnico porque estão na escola média de saúde em Malanje a fazer formação, então, ficamos só a trabalhar com eles quando estão de férias”, lamentou.
No sector do Zanga, comuna do Lombe, a 47 quilómetros a oeste da cidade de Malanje, Domingos Cangamba aguarda pelo único enfermeiro para observar a sua filha acamada há já alguns dias.
“A criança está incomodada com febre, ainda não tratei por que o enfermeiro saiu, (há já) 4 dias, o (enfermeiro) não fica aqui 3 ou 4 dias”, denunciou.
A directora municipal de Saúde de Cacuso Cecília Mateus disse que o quadro de pessoal do município conta com 3 médicas e 47 enfermeiros.
“Não é suficiente para darmos a resposta a esta população, que procura os nossos serviços, neste preciso momento precisamos de mais 20 técnicos e 6 médicos por várias especialidades”, concluiu.