Além das sequelas do quotidiano as vítimas são perseguidas pelo peso da tradição como os feitiços que têm uma grande influência psicológica durante o retorno
Para muitas das vítimas nigerianas do tráfico sexual, o regresso à casa é difícil tal e qual a estadia no estrangeiro.
Na sua reportagem, o correspondente da VOA, Heather Murdock diz entretanto, que a mesma astúcia de feitiço usada para prender essas jovens aos traficantes, será a mesma a ser usada para as libertar...
Depois de 5 anos de prostituição nas ruas da Itália, Patience Ken pagou 40 mil dólares a sua senhoria, essencialmente para obter a sua liberdade. Sem poder no entanto conseguir dinheiro para o seu uso próprio, Patience chegou a ser presa e conduzida a uma prisão em Roma.
Meses mais tarde foi conduzida algemada ao aeroporto e enviada de volta para a Nigéria. A chegada, disseram-lhe que estava livre. Não resistiu a emoção e desmaiou-se...
“Eles disseram que eu estava livre, por isso desmaiei-me. Desmaiei porque não sabia o que fazer? Por onde haveria de começar? Não tinha dinheiro. Eu não tinha recursos. Sem roupas. A única que tinha trazia-a no corpo. O mesmo em relação aos sapatos.”
Ken vendeu o seu telefone móvel para pagar a viagem de volta a sua aldeia no Estado do Edo, onde é originária a maior parte das vítimas do tráfico sexual na Europa. Quando chegou, a sua família não ficou contente, porque seria mais um encargo.
Os vizinhos coscuvilhavam e perguntavam entre eles se ela tinha sido uma prostituta, já que não tinha dinheiro.
O presidente de uma organização juvenil de alerta a migração, desenvolvimento e reintegração dos retornados, Solomon Okoduwa diz que as vitimas retornadas não enfrentam apenas a pobreza como o isolamento familiar.Muitas têm medo de serem mortas pelo feitiço. O feitiço feito na altura do juramento em que prometiam pagar aos traficantes pela passagem para a Europa.
“O que faço é intervir para ajudar, fazer mediação entre a jovem e o homem. Sensibilizo-os e o homem acabar então por dizê-la “ Está bem, a partir de hoje estás livre.” Eles fazem então um cerimonial e dizem: “hoje estás livre.”
A organização de Solomon Okoduwa leva a cabo programas de treinamento para as retornadas, ensina práticas agrícolas e negócios. Mas quando no final dos estudos muitas vezes não conseguem emprego e não têm dinheiro para investir em negócios.
Joy Eriamentor é uma jovem de 18 anos e tem ouvido as histórias contadas pelas suas vizinhas. Mesmo assim não se sente dissuadida do seu sonho de viajar um dia. Diz que gostaria de estudar ciências e que na sua aldeia de Abumere não hã como realizar o seu sonho de estudante.
“Nós não temos nenhum apoio aqui. Nada, nem trabalho. Porque a minha família é muito pobre, é por isso que quero ir para a América.”
Os responsáveis nigerianos afirmam que o maior inimigo do tráfico sexual é o trabalho de alerta, e que miúdas como Joy Eriamentor devem ser protegidas antecipadamente, desse flagelo, no caso de ser aliciada a viajar para a Europa e ter que pagar intermediários pela viagem.
Na sua reportagem, o correspondente da VOA, Heather Murdock diz entretanto, que a mesma astúcia de feitiço usada para prender essas jovens aos traficantes, será a mesma a ser usada para as libertar...
Depois de 5 anos de prostituição nas ruas da Itália, Patience Ken pagou 40 mil dólares a sua senhoria, essencialmente para obter a sua liberdade. Sem poder no entanto conseguir dinheiro para o seu uso próprio, Patience chegou a ser presa e conduzida a uma prisão em Roma.
Meses mais tarde foi conduzida algemada ao aeroporto e enviada de volta para a Nigéria. A chegada, disseram-lhe que estava livre. Não resistiu a emoção e desmaiou-se...
“Eles disseram que eu estava livre, por isso desmaiei-me. Desmaiei porque não sabia o que fazer? Por onde haveria de começar? Não tinha dinheiro. Eu não tinha recursos. Sem roupas. A única que tinha trazia-a no corpo. O mesmo em relação aos sapatos.”
Ken vendeu o seu telefone móvel para pagar a viagem de volta a sua aldeia no Estado do Edo, onde é originária a maior parte das vítimas do tráfico sexual na Europa. Quando chegou, a sua família não ficou contente, porque seria mais um encargo.
Os vizinhos coscuvilhavam e perguntavam entre eles se ela tinha sido uma prostituta, já que não tinha dinheiro.
O presidente de uma organização juvenil de alerta a migração, desenvolvimento e reintegração dos retornados, Solomon Okoduwa diz que as vitimas retornadas não enfrentam apenas a pobreza como o isolamento familiar.Muitas têm medo de serem mortas pelo feitiço. O feitiço feito na altura do juramento em que prometiam pagar aos traficantes pela passagem para a Europa.
“O que faço é intervir para ajudar, fazer mediação entre a jovem e o homem. Sensibilizo-os e o homem acabar então por dizê-la “ Está bem, a partir de hoje estás livre.” Eles fazem então um cerimonial e dizem: “hoje estás livre.”
A organização de Solomon Okoduwa leva a cabo programas de treinamento para as retornadas, ensina práticas agrícolas e negócios. Mas quando no final dos estudos muitas vezes não conseguem emprego e não têm dinheiro para investir em negócios.
Joy Eriamentor é uma jovem de 18 anos e tem ouvido as histórias contadas pelas suas vizinhas. Mesmo assim não se sente dissuadida do seu sonho de viajar um dia. Diz que gostaria de estudar ciências e que na sua aldeia de Abumere não hã como realizar o seu sonho de estudante.
“Nós não temos nenhum apoio aqui. Nada, nem trabalho. Porque a minha família é muito pobre, é por isso que quero ir para a América.”
Os responsáveis nigerianos afirmam que o maior inimigo do tráfico sexual é o trabalho de alerta, e que miúdas como Joy Eriamentor devem ser protegidas antecipadamente, desse flagelo, no caso de ser aliciada a viajar para a Europa e ter que pagar intermediários pela viagem.