O governo nigeriano paga a um grupo de rebeldes 6 milhões de dólares para manterem a paz e não atacarem os oleodutos
ABUJA —
Na Nigéria, antigos rebeldes extremistas estão a ajudar as forças de segurança a combater o que parece ser o ressurgimento de pirataria e de raptos no Delta do Níger.
O governo nigeriano paga, anualmente, a antigos dirigentes rebeldes milhões de dólares para protecção dos oleodutos que costumavam atacar.
“Paz” no Delta do Níger é uma situação de difícil equilíbrio, e as pessoas que a mantem mudam de alianças para manter a calma ou para tirarem partido dos fundos distribuídos.
Entre 2003 e 2009 foram anos de guerra aberta no Delta do Niger. Os militantes afirmavam que estavam a combater as empresas petrolíferas e o governo para obterem uma parcela da enorme riqueza do petróleo Nigeriano.
As empresas estrangeiras e o governo extraiam, diariamente, mais de dois milhões e meio de barris de petróleo daquela região.
Em 2009, o governo formulou um programa de amnistia, investindo dezenas de milhões de dólares em pagamento para deporem as armas e serem treinados. Desde então, antigos militantes – ou antigos guerrilheiros – posicionaram-se para alcançar uma grande parte dos fundos da amnistia, que ascendem agora a milhões de dólares anuais.
O mês passado, o Wall Street Journal indicava que os antigos dirigentes militantes estão a receber entre três milhões e oitocentos mil dólares e cerca de trinta milhões de dólares anuais para protegerem a infra-estrutura petrolífera que costumavam atacar. Nem todos os dirigentes tiveram a mesma sorte.
O capitão Mark Anthony é o porta-voz da Frente de Libertação do Delta do Níger, um grupo que sustenta estar operacional, mas que não se encontra em combate.
Em Junho, Anthony referiu que o seu grupo se preparava para combate e exigiu mais de seis milhões de dólares para manter a paz.
Agora, refere que o governo lhe deve pagar, e aos seus homens para protecção das comunidades de um nova onda de violência, que a polícia diz incluir o rapto de 32 pessoas no mês de Agosto.
“A insegurança existe por toda a parte. Consideramos que podemos apoiar as autoridades da segurança, se formos autorizados, por que sabemos o que se passa.”
Casely Omon-Lhabor é um advogado que representa o grupo de Anthony. Há poucos meses, manifestou-se contra o governo indicando ter pago alguns militantes para fazerem a paz, mas que nada foi feito.
Salienta que nos meses recentes, os raptos e os roubos à mão armada passaram a ser ocorrências quase diárias, e que tal fez mudar a sua atitude.
Deseja agora que o grupo ajude o governo a combater os criminosos para que o governo possa dedicar-se ao desenvolvimento.
“Não desejamos que o governo federal arranje desculpa para não desenvolver o Delta do Níger. Por isso não vamos apoiar os raptores ou os bandidos armados”.
Os nigerianos costumam a dizer que é necessário um gatuno para apanhar outro gatuno, e muitos concordam com esta lógica. Outros, todavia, consideram que a ideia de pagar aos antigos militantes é absurda.
O governo nigeriano paga, anualmente, a antigos dirigentes rebeldes milhões de dólares para protecção dos oleodutos que costumavam atacar.
“Paz” no Delta do Níger é uma situação de difícil equilíbrio, e as pessoas que a mantem mudam de alianças para manter a calma ou para tirarem partido dos fundos distribuídos.
Entre 2003 e 2009 foram anos de guerra aberta no Delta do Niger. Os militantes afirmavam que estavam a combater as empresas petrolíferas e o governo para obterem uma parcela da enorme riqueza do petróleo Nigeriano.
As empresas estrangeiras e o governo extraiam, diariamente, mais de dois milhões e meio de barris de petróleo daquela região.
Your browser doesn’t support HTML5
Em 2009, o governo formulou um programa de amnistia, investindo dezenas de milhões de dólares em pagamento para deporem as armas e serem treinados. Desde então, antigos militantes – ou antigos guerrilheiros – posicionaram-se para alcançar uma grande parte dos fundos da amnistia, que ascendem agora a milhões de dólares anuais.
O mês passado, o Wall Street Journal indicava que os antigos dirigentes militantes estão a receber entre três milhões e oitocentos mil dólares e cerca de trinta milhões de dólares anuais para protegerem a infra-estrutura petrolífera que costumavam atacar. Nem todos os dirigentes tiveram a mesma sorte.
O capitão Mark Anthony é o porta-voz da Frente de Libertação do Delta do Níger, um grupo que sustenta estar operacional, mas que não se encontra em combate.
Em Junho, Anthony referiu que o seu grupo se preparava para combate e exigiu mais de seis milhões de dólares para manter a paz.
Agora, refere que o governo lhe deve pagar, e aos seus homens para protecção das comunidades de um nova onda de violência, que a polícia diz incluir o rapto de 32 pessoas no mês de Agosto.
“A insegurança existe por toda a parte. Consideramos que podemos apoiar as autoridades da segurança, se formos autorizados, por que sabemos o que se passa.”
Casely Omon-Lhabor é um advogado que representa o grupo de Anthony. Há poucos meses, manifestou-se contra o governo indicando ter pago alguns militantes para fazerem a paz, mas que nada foi feito.
Salienta que nos meses recentes, os raptos e os roubos à mão armada passaram a ser ocorrências quase diárias, e que tal fez mudar a sua atitude.
Deseja agora que o grupo ajude o governo a combater os criminosos para que o governo possa dedicar-se ao desenvolvimento.
“Não desejamos que o governo federal arranje desculpa para não desenvolver o Delta do Níger. Por isso não vamos apoiar os raptores ou os bandidos armados”.
Os nigerianos costumam a dizer que é necessário um gatuno para apanhar outro gatuno, e muitos concordam com esta lógica. Outros, todavia, consideram que a ideia de pagar aos antigos militantes é absurda.