Nhongo ameaça fazer mais ataques no centro

Membros da Junta Militar

O líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, ameaça intensificar os ataques na região centro do país, em face da investidura dos deputados da Assembleia da República.

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Nhongo ameaça fazer mais ataques no centro

“A Junta Militar não reconhece os deputados que tomaram posse”, começou por dizer Mariano Nhongo para depois acrescentar que “não há negociação com Nyusi, porque ele está a atacar-me, eu estou a atacar, vamos continuar assim até alguém sentir e procurar o amigo”.

Nhongo vai mais longe ameaçando atacar investimentos estrangeiros no país. “Cuidem das vossas empresas (...) minas,apelamos para que cuidem das vossas vidas, das vossas máquinas, porque a Junta Militar está aqui em Moçambique”.

Parlamentares condenam

Face à estas ameaças, os chefes das bancadas parlamentares estão preocupados.

Sérgio Pantie, chefe da bancada da Frelimo, disse Nhongo está a ir por um caminho mais perigoso.

“Nós queremos apelar a ele como moçambicano para que pense e repense que está a entrar no caminho mais perigoso”, disse Pantie.

Por seu turno, Viana Magalhães, chefe da bancada da Renamo referiu que os ataques já são um assunto do Estado, que deve resolver o problema.

“Contra crimes e seguranças do Estado, há um governo que está à frente desse Estado, fica difícil, ele [Mariano Nhongo] deve ter as razões dele para reivindicar e se acha que tem razões de reivindicar e encontrou essa forma, nós estamos preocupados”, referiu Viana Magalhães.

Posições divergentes

Mas para o ex-secretário geral da Renamo, o partido deve assumir os homens liderados por Nhongo.

O jornal Notícias, de Maputo,escreve que Manuel Bissopo disse que "a liderança da Renamo tem de assumir estes guerrilheiros. Esta é solução rápida, viável e que evita a guerra: uma solução interna".

Falando a jornalistas, Bissopo apelou o líder Ossufo Momade a dialogar com Nhongo para evitar a “autodestruição da Renamo”.

Para Bissopo "é preciso inteligência para que se controlem os ânimos. Tem de existir uma solução imediata e interna. Não há como dividir a Renamo em duas".

Os ataques do grupo de Mariano Nhongo causaram mais de 20 mortes, em Manica e Sofala,desde agosto do ano passado.