Nelito Ekuikui diz "haver um clima de intimidação" em Angola "para levar a população a recuar"

Nelito Ekuikui, deputado da UNITA e secretário-geral da JURA

Secretário-geral acusa primeiro secretário e jovens da JMPLA no Bié de atacar seus militantes, partido no poder ainda não reagiu

O deputado da UNITA e secretário-geral da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), Nelito Ekuikui, o braço juvenil do principal partido da oposição, acusa o MPLA de fomentar um clime de ódio e intimação da pessoas.

A acusação de Ekuikui surge depois do que considera ter sido um ataque contra membros daquela organização juvenil no passado domingo, 4, em Lopitanga, província do Bié por membros da JMPLA, dois dias depois de um acampamento no Andulo que visou encerrar as jornadas do dia da JURA e assinalar os 90 anos de Jonas Savimbi.

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Nelito Ekuikui diz "haver um clima de intimidação" em Angola "para levar a população a recuar"

"A delegação do Cuemba pôs-se a caminho, no dia 4, e na localidade de Suiça, e foi surpreendida por um grupo de jovens da JMPLA, orientado pelo seu primeiro secretário que colocou uma barricada para impedir a sua passagem", afirmou aquele deputado da UNITA em conversa com a Voz da América, nesta terça-feira, 6, acrescentando que assim começaram os confrontos, tendo os jovens da UNITA conseguido fugir.

Entretanto, Nelito Ekuikui, disse que Eduardo Isaque Chitende, de 32 anos de idade, que não conseguiu fugir, "foi barbaramente espancado e está neste momento internado numa das maiores unidades hospitalares do Cuito, com uma lesão craniana", depois de ter sido operado.

"Agenda de intimidação"

A JURA vai intentar uma ação judicial, mas Ekuikui considera que esta situação, como a anterior com uma caravana de deputados a caminho do Cuito Cuanavale que foi atacada, não terá consequências porque faz parte da "agenda do regime".

"Os militantes do MPLA agem a coberto das autoridades do Estado, da Polícia Nacional e de outros órgãos, e quando se abre uma investigação a culpa é da UNITA", afirmou aquele parlamentar que fala numa "agenda" do regime, cujo partido perdeu a popularidade desde as eleiçães de 2022.

Nelito Ekuikui disse haver "um clima de intimidação que se quer levar a cabo para levar a população a recuar, querem instalar um clima de medo, o Governo adoptou uma estatégia de intimidação para aque as pessoas não adiram à UNITA".

Aquele dirigente reiterou que é necessário diálogo e assegurou que o presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, tem mantido conversas e contactos com dirigentes do Estado nesse sentido.

A Voz da América contactou o secretário do MPLA para Informação e Propaganda, Esteves Hilário, para uma reação, mas tal ainda não aconteceu.

Ouça a entrevista.