As autoridades egipcias informaram neste sábado, 16, que conversações sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza devem recomeçar amanhã depois de os mediadores internacionais terem tentado - em vão - uma trégua antes do início do Ramadão.
Antes, o Hamas recusou qualquer acordo que não conduzisse a um cessar-fogo permanente em Gaza, mas essa exigência foi rejeitada por Israel.
Nos últimos dias, ambas as partes tomaram medidas visando retomar as conversações, que, na realidade, nunca foram totalmente interrompidas.
Dois funcionários egípcios, citados pela Associated Press (AP), disseram que o Hamas apresentou uma nova proposta com um plano de três fases para pôr fim aos combates.
Proposta do Hamas
Assim sendo, a primeira fase será um cessar-fogo de seis semanas que incluiria a libertação de 35 reféns - mulheres, doentes e idosos - detidos pelo Hamas em Gaza. Enquanto Israel libertaria 350 prisioneiros palestinianos que se encontrem detidos nas suas prisões
Para além dos civis, o Hamas também terá de libertar cinco militares israelitas - todas mulheres, enquanto Telavive colocará em liberdade 50 combatentes do Hamas, incluindo alguns que cumprem longas penas por acusações de terrorismo.
Com esta proposta, as forças israelitas teriam de retirar-se das duas principais estradas de Gaza, o que permitiri que os palestinianos deslocados regressassem ao norte de Gaza, zona devastada pelos bombardeamentos, e o livre fluxo de ajuda humanitária para a região.
Na segunda fase, os dois lados declarariam um cessar-fogo permanente e o Hamas libertaria os restantes soldados israelitas mantidos como reféns em troca de mais prisioneiros.
PM israelita rejeita
Por fim, na terceira fase, o Hamas também entregaria os corpos que tem em seu poder em troca do levantamento do bloqueio de Gaza por parte de Israel e do início da reconstrução do enclave.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou a proposta "irrealista", mas concordou em enviar negociadores israelitas ao Qatar para esta ronda de conversações, que devem ser retomadas na tarde de domingo ou segunda-feira.
O Governo de Netanyahu tem rejeitado os apelos a um cessar-fogo permanente, insistindo que, antes disso, terá de cumprir o seu objetivo declarado de "aniquilar o Hamas".
Ajuda humanitária da Alemanha
Entretanto, enquanto chega mais ajuda humanitária em Gaza e Israel continua a bombardear a região, a Alemanha começou hoje a lançar a ajuda humanitária através da ponte aérea criada pela Jordânia, onde se encontra hoje o chanceler alemão.
Amanhã, Olaf Scholz viajará para Israel, onde manterá reuniões com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o presidente daquele país, Isaac Herzog.