Navio registado em São Tomé é parte de operação para violar sanções ao Irão

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O navio Hafnia Nile após colidir com o petroleiro registado em São Tomé Ceres I

Navio viola normas de localização que poderão ter levado a colisão com outro petroleiro

Um navio petroleiro envolvido numa recente colisão ao largo da Malásia está registado em São Tomé e Príncipe e, é usado para violar as sanções impostas ao Irão, revelou o diário Washington Post.

O navio Ceres I esteve envolvido numa colisão com outro a 19 de Julho causando “danos significativos” em ambos os navios e analistas da navegação marítima disseram que isso se deveu ao fato de a embarcação registada em São Tomé estar a transmitir dados falso de localização nos canais usados internacionalmente para se localizar navios.

O Washignton Post disse que o Ceres I faz parte de uma frota de petroleiros “a operar fora das regulamentações internacionais para alimentar o apetite da China por petróleo alvo de sanções”.

O Ceres I operando com a bandeira de São Tomé, esteve em águas iranianas em março e depois iniciou uma viagem para a China “durante a qual em várias ocasiões não era detetado através de frequência de rádio”.

Foi na sua viagem de regresso da China a caminho da Malásia que o navio chocou com o Hafia Nile e um perito disse ao Washington Post que se o Ceres I não tivesse já esvaziado o seu carregamento na China ter-se-ia dado “uma catástrofe”.

Ao abrigo das leis internacionais os petroleiros são obrigados a transmitir a sua localização através do seu Sistema Automático de Identificação (AIS na sigla inglesa) para poderem ser localizados por outros navios, mas as embarcações envolvidas no contrabando de petróleo iraniano e da Rússia falsificam esses dados.

Para além disso, o navio registado em São Tomé está a operar para além dos prazos operacionais considerados seguros pelos operadores de petroleiros.

O Ceres 1 foi lançado ao mar em 2011 “e tem estado a operar para além do limite de 15 a 20 anos que os operadores de petroleiros impõem por razões de segurança”.

“Nos últimos cinco anos tem estado a operar sob quatro bandeiras diferentes, mais recentemente sob registo de São Tomé e Príncipe, um país ilha africano conhecido por ter tarifas baixas de registo e supervisão vaga”, disse o Washington Post.