O Programa Alimentar Mundial (PAM) revelou que 1.580.000 pessoas estão agora numa situação de “insegurança alimentar aguda” no sudoeste de Angola.
Segundo a organização, 114 mil crianças com idade inferior a cinco anos “necessitam urgentemente de tratamento para má nutrição aguda”
No quinto discurso sobre o estado da nação, a ser preferido nesta sexta-feira, 15, João Lourenço é convidado por activistas em Benguela a anunciar medidas contra a insegurança alimentar que se vive nessa zona.
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José Maria Katyavala, secretário do Conselho Directivo da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), espera ouvir de Lourenço acções contra a penúria alimentar em Angola.
“Espero o anúncio de medidas consistentes e rigorosas para o problema da seca e suas consequências noagravamento da insegurança alimentar, particularmente no Sul do país”, diz.
“Precisamos de colocar em marcha um programa de emergência para aliviar o sofrimento das populações”, acrscenta o técnico agrário para quem “é também minha expectativa ouvir uma política económica com foco na prática agrícola”.
Na mesma linha de pensamento, o consultor social João Misselo da Silva, quadro da Organização Humanitária Internacional (OHI), sugere um discurso que marque o fim do que chama de sucessivos erros nos últimos quatro anos.
“São quatro anos de fracasso em termos de combate à pobreza, de aumento do desemprego” disse acrescentando que “por isso esperamos melhorias em termos de orçamentos para acções em prol das famílias em vulnerabilidade”, conclui aquele consultor.
Na segunda-feira, 11, a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) apontou as províncias da Huíla, Namibe e Cunene para sustentar a tese de estado de emergência, mas disse que assaltos a camiões com alimentos, em Benguela, e recurso ao lixo como forma de garantir alimentos reflectem a situação humanitária nacional.