A Renamo exige a subordinação total do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) à Comissão Nacional de eleições onde existe uma representação de partidos políticos para evitar irregularidades nos processos eleitorais.
Aquele partido da oposição pronunciou-se depois de apresentação dos resultados do apuramento intermédio das eleições intercalares para o Conselho Municipal de Nampula, em Moçambique, que dão vantagem ao candidato da Frelimo, Amisse Cololo, com 44.5%, seguido de Paulo Vahanle, da Renamo, com 40.3%.
Os órgãos eleitorais, no entanto, não confirmam a realização da segunda volta, alegando não ser da sua competência fazê-lo e remeteu qualquer decisão para o Tribunal Constitucional que pode ou não validar o processo.
O porta-voz da Renamo, José Manteiga, afirma que o processo foi manipulado pelo STAE cujos técnicos são membros da Frelimo e denunciou administradores distritais na província de Nampula que votaram, o que constitui uma irregularidade.
Manteiga diz que com este resultado a Renamo vai à segunda volta e está preparado para reforçar o controlo nas mesas de votação.
Por seu lado, a Frelimo, através do seu porta-voz Caifadine Manasse, afirma aguardar os pronunciamentos das instituições competentes sobre a realização da segunda volta, mas garantiu que o partido está preparado para o efeito.
Aquele partido faz uma avaliação positiva da eleição e sobre as acusações da Renamo, Manasse afirmou estar habituado às críticas do partido da oposição que, mesmo que um processo decorra tranquilamente, acusa a Frelimo.
O Centro de Estudos e Desenvolvimento (CEDE), por seu turno, afirma que a lei defende que em caso de nenhum candidato obtiver 50 por cento vos votos mais deve haver uma segunda volta.
O CEDE alerta, no entanto, para o pouco tempo existente antes das eleições autárquicas de Outubro e lembra que há que fazer um recenseamento de raiz .
Em caso de uma segunda volta, ela só pode realizar-se depois da proclamação dos resultados das eleições intercalares.
De salientar que o MDM, que venceu as últimas eleições de 2013 com o assassinado Mahamudo Amurane como candidato, obteve agora apenas 10 por cento dos votos.