Adina Suahele
A redução de subsídios sobre o salário base dos operários que trabalham por turnos, na empresa Irlandesa Kenmare, está a gerar conflitos entre estes e a direcção da empresa.
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Em Junho último, cerca de 1300 trabalhadores que exigiam, entre outras questões, a reposição de subsídios e a redução da carga horária diária de 12 para oito horas, organizaram uma greve pacífica, que paralisou as actividades da empresa por uma semana.
O secretário do comité sindical da empresa, Gabriel Celestino, disse que devido à greve, desde o dia 1 de Julho, foram suspensos 600 dos trabalhadores e instaurados processos disciplinares.
Recorde-se que a greve acontece poucos meses depois das duas partes terem assinado um memorando de entendimento, na sequencia da decisão tomada pela empresa, no inicio deste ano, de despedir cerca de metade dos trabalhadoresl, devido à baixa do preço do minério no mercado.
O referido memorando previa a redução gradual de subsídios, até ao final deste ano, e a introdução do horário de oito horas de trabalho, a partir de 2016.
Mas para o sindicalista Celestino a empresa tomou a decisão de reduzir os subsídios sem qualquer aviso.
Desde o inicio do ano que se assiste a uma onda de conflitos nesta empresa .
O porta-voz do sector dos recursos minerais e energia, em Nampula , Fila Lázaro, disse que a greve dos trabalhadores foi ilegal, poís as partes deveriam seguir o memorando assinado em Março deste ano.
A companhia Kenmare mostrou-se indisponível para falar sobre o assunto.
Os trabalhadores despedidos não recebem qualquer subsidio de desemprego e já submeteram o caso ao tribunal.
A VOA sabe que os despedidos devem deslocar-se à companhia no próximo dia 15, para saberem que se serão readmitidos.
A Kenmare, que iniciou as actividades em 2007, extrai em Moma, minérios como rutila,zircão e aluminite, que são usados nas indústrias naval, aeronáutica e na fabricação de tintas.