Mais de 70 professores primários na província moçambicana de Nampula poderão ser expulsos do Sistema Nacional de Educação por possuírem certificados de formação falsos.
O Ministério investiga corrupção na atribuição de certificados
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Os docentes formaram-se nos centros de Gaza, Zambézia e Nampula, mas os seus nomes não constam na lista de formação daqueles estabelecimentos, mas estão actualmente afectos a várias instituições de ensino público.
A situação acontece numa altura em que cerca de 500 professores formados em 2015 e 2016 não foram integrados ainda por falta de vaga.
O sector de Educação e Desenvolvimento Humano está a tentar verificar os certificados de formação de professores na sequência da descoberta da existência de docentes com deficiências técnicas, situação que coloca cada vez mais em risco o processo de ensino e aprendizagem.
Em 2015, o Governo anunciou um novo modelo de formação de professores primários.
A partir de então, os candidatos a docentes devem ter o 12o ano concluído e mais três anos de formação especializada, mas os centros de formação continuam a cumprir o programa interior, que apenas exigia 10 meses de formação.
Para além disso, a corrupção nos centros de formação faz com que haja professores com deficiências, que conseguem o certificado de formação, mesmo sem ter completado o ciclo.
O director provincial de Educação e Desenvolvimento Humano em Nampula, Julio Mendes, disse que foram contactados os professores e os institutos onde esses docentes se formaram para se pronunciarem sobre o assunto.
Aquele dirigente suspeita que haja mais professores nesta situação.
Para questões de segurança do sistema de educação será feita a averiguação dos certificados dos professores contratados nos últimos 5 anos.
Alguns professores ouvidos pela VOA entendem que a situação compromete os esforços e mancha o sistema educativo