Jornalistas, gestores da Rádio Encontro e o presidente da plataforma de observação eleitoral Sala da Paz em Nampula estão a ser alvo de ameaças de morte por pessoas desconhecidas, que alegam que facilitaram a vitória da Renamo em Nampula e Nacala-porto, nas recentes “autárquicas”.
Your browser doesn’t support HTML5
As ameaças são feitas através de chamadas telefónicas anónimas.
Isto acontece dias depois do anúncio dos resultados do apuramento intermédio das eleições autárquicas, que deram vitória à Renamo em cinco municípios da província de Nampula.
Durante a votação, a Rádio Encontro tinha colocado 32 colaboradores para a cobertura em directo. A Sala da Paz teve pouco mais de 200 observadores eleitorais em toda aprovíncia de Nampula.
O director da Rádio Encontro, Benvindo Tapua, em entrevista à VOA lamentou a onda de ameaça, porque o órgão de comunicação social que dirige apenas cumpriu com o seu papel de informar a população sobre a votação.
“Nós transmitimos o que estava a acontecer, sobretudo o que podia comprometer a votação, como o uso da força de intervenção rápida em alguns postos de votação e a suspeita de fraudes que iam sendo alertados por alguns eleitores,” disse Tapua.
Ele avançou que o trabalho da rádio teve sempre em consideração os instrumentos legais do país.
Tapua disse que o trabalho da rádio foi transparente e essas ameaças direcionada à direcçãosãotambém um ataque aos colaboradores.
O caso segundo Tapua foi submetido ao Instituto de Comunicação Social da África Austral (Misa- Moçambique), que recentemente emitiu um comunicado, assim como ao fórum das rádios comunitárias e à Arquidiocese de Nampula.
O MISA Moçambique considera que ameaças deste tipo constituem um atentado grave contra a liberdade de imprensa e de expressão, e apela às instituições da justiça a identificar os autores das ameaças e responsabilizá-los criminalmente.
Sitoi Lutxe, presidente do núcleo provincial do Misa em Nampula, disse que este não devia ser o comportamento de nenhum político ameaçar os fazedores de opinião, porque os votos são ganhos na urna, e os jornalistas e activistas sociaisnão influenciam os resultados.