“Há falta até de paracetamol e isso nos complica. No hospital, a receita de medicamentos é cinco meticais, mas o problema é que entregamos a receita e nos devolve,” diz uma utente do Hospital 25 de Setembro, em Nampula.
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Na mesma situação está Ofélia Arlindo, de 24 de idade, que tem o filho doente com diarreia e constipação, mas para ela os funcionários simplesmente não querem vender os medicamentos.
A reclamação é repetida por outros tantos, numa altura que os profissionais de saúde falam de preocupações como diarreias e malária, comuns na época chuvosa.
No Hospital 25 de Setembro e no anexo ao Hospital Psiquiátrico, muitos pacientes obtém também o diagnóstico, mas não o medicamento, e são orientados a procurar no sector privado, onde os preços são altos para a maioria de baixa renda.
No meio destas dificuldades, outros procuram medicamentos tradicionais para atenuar a doença. Nessas situações, especialistas advertem que a cura não é garantida.
No entanto, a direcção de saúde em Nampula diz que há medicamentos para responder àsituação epidemiológica em toda província.
Américo Barata, chefe provincial de saúde pública, disse que dada a época chuvosa propensa a doença diarreicas, alguns distritos como Angoche, Mogincual, Mogovolas, Moma e Memba com difícil acesso já receberam medicamentos e material médico cirúrgico para um período de três meses.
Quanto ao facto de as unidades sanitárias não venderem medicamentos essenciais aos utentes, Barata reconhece que o mercado paralelo de medicamentos é um grande problema.
E utentes como Deolinda Assane confirmam que nos mercados do Waresta, Faina e Belenenses há medicamentos do sistema à venda, incluindo os de malária.