O secretário municipal da Unita em Bibala Roque Chimbeya disse que o Governo central deve o mais urgente possível pagar o que deve aos cidadãos camponeses. Estes reclamam, como a VOA noticiou esta seamana, uma dívida de 300 mil dólares por parte do Papagro, o programa do Executivo que compra produtos dos agricultores para colocar no mercado.
Chimbeya desqualifica a política do Papagro que, ao invés de ajudar os camponeses, forja a pobreza dos angolanos que por si já lutam pela sua sobrevivência nos campos agrícolas.
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Aquele responsável disse ainda que as autoridades governamentais deviam reactivar a Encodipa-UEE, empresa nacional de comercialização e distribuição do produto do campo, enterrada na era do monopartidarismo, porque, segundo ele, naquela altura ajudou de facto os camponeses, quer no escoamento dos produtos do campo, quer nas politicas de monitoramento da actividade em si, ao contrário do actual modelo brasileiro, que não se adequa à realidade angolana.
Alguns camponeses visados também defendem a extinção do Papagro e a refundação da então Encodipa, por considerar o modelo mais simples de apoio aos camponeses, se é que prevalecer o mesmo espirito de ajudar e responsabilidade.
António Camuele Chiloya, agricultor e vendedor de farinha de milho, referenciado por “ farinha das pedras”, reclama ao Papagro uma dívida de três milhões e 521 mil kwanzas.
Ao explicar as dificuldades porque passam, para se fazer ouvir as vozes dos camponeses visados, disse que já foram ter com a agência angolana de noticias, Angop, Radio Namibe e TPA, e não foram tidos nem achados.
“É preciso explicar ao país e ao mundo que os agricultores da província do Namibe ficaram descapitalizados, alguns até, desde Janeiro deixaram de ir às suas fazendas, fugindo da fúria dos trabalhadores que esperam pelos seus salários”, desabafou, António Chiloya.
António Francisco Cassua, representante do Papagro no Namibe, reafirma que as autoridades do Governo da província, nomeadamente o vice-governador para Esfera Económica, a directora do Comércio e a presidente da UNACA-União Nacional dos Camponeses Angolanos, tudo fizeram para que os camponeses possam receber o seu dinheiro da venda dos produtos ao Papagro.
Aguarda-se pela resposta do Ministério do Comércio, em Luanda, que segundo Cassua, está em negociações com a banca