Polícia e enfermeiro condenados a prisão por assassinato no Namibe

Ancião foi morto depois de acusado de ser feiticeiro.

Um agente da polícia e um enfermeiro foram condenados a a 24 anos de prisão pelo assassinato de um homem idoso que acusaram de ser responsável da morte do seu irmão por feitiçaria.

Your browser doesn’t support HTML5

Caso de feitiçaria leva polícia e enfermeiro à prisão - 2:02

Tratam-se de Mbandja António Mangundo Kavuvuvi tcp Neto, solteiro de 34 anos de idade, segundo subchefe da polícia nacional, e Calei António Kavuvuvi, solteiro de 37 anos de idade, enfermeiro, ambos filhos de António Kavuvuvi e de Helena Mutamba, naturais do Município de Camucuio, Provincia do Namibe.

A condenação dos dois irmãos, ambos funcionários públicos da policia nacional e da saúde, resulta do facto, de sob acusação de feiticeiro, terem agredido até à morte o cidadão de 78 anos de idade, Nambalo Khole, depois de terem recorrido a um adivinhador no Município de Quipungo, provincia da Huila, que imputou a responsabilidade de ter sido o malogrado o autor misterioso da morte de Tchipa Tchimbaya, irmão dos réus ora condenados na pena máxima, segundo o código penal angolano.

Jjuíz Domingos Chingoma

O juiz Domingos Chingoma, durante a leitura o acórdão proferido esta quarta feira, 29, disse que os réus agiram de modo premeditado e o tribunal não teve qualquer dúvida sobre a intenção dos mesmos.

O tribunal mandou restituir as 47 cabeças que extorquidas ao malogrado, assim como a reparação de outros danos patrimoniais e morais a favor dos herdeiros, avaliados na ordem de três milhões de kwanzas, o equivalente a 30 mil dólares, que deveram ser entregues aos herdeiros.

O advogado dos réus Vaz Pinto disse, no entanto, que não está satisfeito com a decisão e vai recorrer da sentença, alegando ausência de exames forenses ao cadáver para se determinar com clareza se o malogrado morreu ou não por espancamentos.

Os familiares da vítima dizem que a justiça foi feita, mas fizeram notar que o tribunal não estipulou o prazo de restituição dos bois espoliados pelos réus, assim como a indeminização pela morte do seu parente Khole Tchinanga.