Jovens detidos nas manifestações de 11 de Novembro no Namibe dizem que não irão pagar as multas que lhes foram aplicadas por agentes da polícia após terem sido detidos nesse dia.
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Os jovens que exibiram notas de transgressões com a data de 11 de Novembro de 2020 e assinadas por agentes da corporação do Comando Municipal do Namibe indicam o pagamento de 200 mil kwanzas a cada um dos 25 visados.
Os manifestantes dizem que não podem e não tencionam pagar.
“Não temos o que pagar na Polícia Nacional porque neste dia da manifestação nós não partimos nada, não queimámos nada, a única solução talvez é nos levarem na cadeia”, reagiu um dos 25 visados que disse que as notas de transgressão dizem que se o pagamento não for feito no prazo de 30 dias “seremos recolhidos”.
“Estamos dispostos vida ou morte, estamos cansados, desgastados, não faz mal. Nós não temos dinheiro e estaremos à espera que quando vencer os 30 dias venham-nos recolher para onde queiram”, reagiu Samuel José para quem durante a manifestação houve respeito as medidas de biossegurança.
Enquanto isso, os membros da sociedade civil na Província do Cunene criticam as autoridades locais que criminalizam manifestações organizadas por jovens da sociedade civil e "facilitam" a JMPLA em manifestações de solidariedade ao executivo.
O presidente da Associação dos Académicos do Cunene Tchilalo João Muhala disse à VOA que no passado dia 11 de Novembro quando a Polícia Nacional pelo país reprimia os manifestantes, no Namibe e no Cunene a JMPLA fez manifestações de apoio ao Executivo em Ombandja e Cahama com mais de 150 militantes.
“Foram 150 militantes da JMPLA em Ombandja e outros em Cahama que neste mesmo dia saíram à rua em manifestação de solidariedade ao Executivo”, reagiu Tchilalo João Muhala.
“Só há ajuntamentos quando se trata da sociedade civil e do partido no poder não?”, questionou.
“O Presidente da República quebrou a expectativa dos jovens. O jovem saiu nas ruas sem nenhum instrumento contundente, o jovem saiu na rua sem violência e é respondido com canhões, é respondido com tiros, é respondido com detenções, é respondido com esfriamento da comunicação social. Aonde está o estado democrático e de direito? O Presidente João Lourenço errou”, disse Tchilalo.
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