Nações Unidas dizem existir mais de 43 mil casos de pessoas desaparecidas por investigar

O Iraque é o país com o maior número de desaparecimentos com mais de 16 mil e 400 casos.

Segundo o grupo de trabalho da ONU para as pessoas desaparecidas, mais de 43 mil casos em 88 países continuam por esclarecer. Apesar de muitos dos casos serem recentes, segundo o presidente do grupo Ariel Dulitsky outros remontam a várias décadas: “Partimos do princípio de que os desaparecimentos são crimes até estar esclarecido o que aconteceu às pessoas desaparecidas. Esses crimes continuam a verificar-se”.

Aquele grupo de trabalho foi constituído em 1980 essencialmente em consequência do desaparecimento de muitos políticos dissidentes na Argentina que foram raptados ou retidos ilegalmente em prisões secretas. Mais de 3 mil e 200 casos desse período continuam por resolver.

Os casos continuam em aberto porque os desaparecimentos são considerados um crime contra a humanidade.

Num relatório relativo ao período de Novembro de 2012 a Maio de 2014, o grupo de trabalho refere que se verificaram 418 novos casos em 42 países.

O relatório refere que o Iraque é o país com o maior número de desaparecimentos, com mais de 16 mil e 400 casos. Segue-se o Sri Lanka com 5 mil e 700, a Argélia com mais de três mil e El Salvador, Guatemala e Peru com mais de dois mil casos por resolver cada um.

Dulitsky diz que são necessárias novas estratégias para fazer frente à situação. No passado, diz ele, a prática era usada para calar a oposição politica ou em conflitos étnicos. Actualmente está a ser cada vez mais usada em operações antiterrorismo e para combater o narcotráfico e o crime organizado: “Verificamos também que novas tecnologias que poderiam ajudar a identificar pessoas desaparecidas não estão a ser usadas e a informação não está a ser partilhada pelos países. Apelamos a todos os estados que criem novas estratégias".

O presidente do grupo de investigadores disse ainda que o grupo de trabalho adoptou durante o últomo ano novos procedimentos para investigar desaparecimentos no contexto de crimes contra a humanidade.

Dulitsky concluiu que nos últimos meses o grupo pediu ao Conselho de Segurança da ONU que levasse a Coreia do Norte e a Síria ao Tribunal Penal Internacional. Lamentavelmente, sublinhou, o pedido não foi satisfeito.