Numa altura em que o Governo angolano diz estar empenhado em reforçar as medidas de combate à fome e apostar na diversificação económica, algumas famílias na província da Huíla avaliam 2023 como um ano para esquecer, sobretudo quando o balanço é virado para o lado social e económico.
O alto custo de vida provocado pela desvalorização do kwanza travou muitas realizações.
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Pedro Sacramento, oficial reformado das Forças Armadas Angolanas, fala de um 2023 para esquecer e augura um 2024 melhor.
“Hoje em dia as coisas estão mais apertadas, atendendo mesmo à conjuntura atual, vamos deixar para lá o que foi o passado e vamos é perspectivar o que será o futuro, esquecendo o passado, mas sempre naquela de que o futuro será melhor”, diz.
Edivanilton Bebeca é funcionário público e apela o Executivo a tomar medidas urgentes para mudar o quadro, sob pena do novo ano arrancar já com problemas sociais graves.
“Onde atingimos o nível que atingimos em relação aos preços para o tipo de população que temo,s acredito não vamos a lado nenhum vamos observar mais desastres familiares do que outra coisa”, aafirma Bebeca, expressando, no entanto, a esperança que em 2024 “no mínimo a cesta básica baixe”.
Maria de Fátima Luís diz ter sido o pior ano que já teve enquanto responsável de família e revela esperanca de que o Governo “vele por esta situação para que as coisas melhorem porque as coisas não estão boas”.
“Só para comer está muito difícil”, conclui Luís.
Perante o clamor das famílias, o arcebispo do Lubango, Dom Gabriel Mbilingui, pede ao Governo para fazer mais, ao mesmo tempo que orienta a população a expor o seu talento no trabalho e ter esperança no futuro.
“O que devemos fazer é cada um dar o melhor de si cada uma colaborar com Deus pondo a render os talentos as capacidades que Deus colocou, afinal este país é um país rico de cérebros. Cada novo ano é sempre um ano que devemos com muita esperança sobretudo com muita responsabilidade é o caso”, afirma aquele líder religioso.
O especialista em finanças públicas Altino Silvano mostra-se cético quanto às perspectivas económicas do país quando analisa o Orçamento Geral do Estado de 2024, bastante condicionado pelo endividamento público.
“Do ponto de vista da doutrina económica, o ideal era que o estoque do endividamento público fosse mais ou menos igual à despesa pública. Vejamos se quase metade dos recursos virão do endividamento público e a nossa despesa de capital só 3, 5 por cento, quer dizer que o restante vai para a despesa corrente que de facto não vai trazer nos próximos anos melhorias na nossa economia”, afirma Silvano.
Depois de fazer uma radiografia do sector económico, social com a educação e a saúde em destaque no que toca a realizações em 2023 e muitos desafios a enfrentar no futuro o governador da Huíla pede que as famílias tenham esperança num futuro melhor.
“Comprometemo-nos a enfrentar os desafios com firmeza, transparência e participação activa dos cidadãos”, sublinha Nuno Mahapi.