Em Angola, aumenta a preocupação em muitos setores com a multiplicação de canções com forte teor sexual.
Alguns dizem que parece estar a assistir-se a um filme pornográfico numa composição musical.
Em dois ou três minutos, as letras são de arrepiar, dizem outros.
“Incrédulo” afirma estar o jovem maestro da Orquestra Camerata de Luanda, Félix da Costa.
A propósito da celebração do Dia Mundial da música, assinalado no passado 1 de outubro, alguns músicos refletiram em torno do percurso criativo e evolutivo da música angolana.
“O que está a acontecer aqui em Angola é uma inversão de valores. As instituições de cultura devem ser mais rigorosas na aplicação e cumprimento das leis”, diz Bruno Netho, músico lírico e professor de música, para quem “ em maioria estão aqueles que cantam disparates, falam de sexo e outras ofensas como se estivessem a pedir pão”.
“Há que se colocar um travão neste circo”, defende Netho.
Para o veterano músico Carlos Lamartine, com o andar desta carruagem, “corremos o risco de perdermos a nossa identidade cultural e o Estado é chamado a intervir urgentemente”.
“A nossa sociedade está doente, daí que os nossos artistas, particularmente os da nova vaga (salvo raríssimas e honrosas excepções), sem pejo nem pudor, fazem leviana e frequentemente recurso a obscenidades nas letras das suas canções ou nas suas danças, quando não às duas coisas, e usam-nas em qualquer espaço”, afirma Belmiro Carlos, músico e compositor.
E acrescenta, “não importa se a performance se destina aos adultos ou crianças.
Preocupados estão muitos músicos que desabafam dizendo que “… a situação parece estar fora de controlo”.
Para eles, “os estragos estão aí à vista de todos: violações de todo o tipo, infidelidades conjugais mirabolantes, linchamentos com enredos que dão capote aos grandes realizadores de Hollywood, enfim, um verdadeiro mundo cão, que é urgente corrigir porque isso está muito mal”.
Músicos pedem um posicionamento e refletem sobre a música angolana.
Acompanhe aqui:
Your browser doesn’t support HTML5