Médicos angolanos voltam ao trabalho para impedir que mais gente morra

Médicos em greve em Angola

Sindicato da classe acusa Governo de insensibilidade

O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola suspendeu a greve iniciada a 21 de Março, mas voltaráà paralisação a 28 de Maio.

A decisao terá sido tomada após o MPLA em Luanda ter decidido na segunda-feira, 25, preparar uma manifestação no sábado, 30, contra os grevistas, soube a VOA de fontes do partido governante.

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Entretanto, o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola justificou a decisão com a situação nos hospitais.

“O Sindicato dos Medicos decidiu protelar a greve se tivermos em conta os últimos acontecimentos nas instituições hospitalares do nosso país, se sem a greve já se morre muito gente, com a greve o índice de mortalidade aumentou em quase toda Angola", explica hoje Adriano Manuel.

Ele acrescenta ainda que "ante a insensibilidade do Governo de Angola em não negociar com o sindicato, aliando o facto de contratar médicos menos experientes para fazerem bancos e com isso aumentar o índice de mortalidade nos nossos hospitais, o sindicato avaliou profundamente isso e porque nós não queremos prejudicar o nosso povo achamos que devíamos interpolar a greve para que o nosso povo tivesse um tratamento com dignidade”.

Adriano Manuel também admite que a suspensão da greve permite garantir as condições para a retoma das negociações com o Governo, com vista à solução dos problemas constantes do caderno reivindicativo.

“Lamentamos a atitude do Governo em permitir dentro de um plano elaborado a morte de centenas de angolanos e não tivemos outra alternativa, esperando que o Governo volte a mesa das negociações”, conclui o sindicalista.

Para além das perseguições e represálias contra os médicos grevistas, denunciadas pelo sindicato, o Governo anunciou o corte dos salários dos profissionais que aderiram à greve.