Mulheres protestam contra violência em Maputo

Mulheres protestam contra violência (Foto de Arquivo)

Centenas de mulheres concentraram-se na Praça da Independência, em Maputo, numa manifestação para dizer basta à violência contra as mulheres e raparigas, que em Moçambique atinge grandes proporções e diversas formas, sendo as mais comuns a agressão física, violência sexual e casamentos prematuros.

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A manifestação assinalou o término da campanha "16 dias de activismo pelo fim da violência baseada no género" e a passagem do Dia Mundial dos Direitos Humanos, que segundo Quitéria Guirengane, directora executiva do Observatório das Mulheres, promotor da manifestação, estão a ser severa e sistematicamente violados um pouco por todo o território moçambicano.

Ela anotou que "as violações estão a acontecer neste momento em Cabo Delgado, tivemos assassinatos de muitas mulheres em Sofala, o assassinato de uma mulher polícia na Machava, província de Maputo e de muitas outras mulheres em diferentes pontos deste país".

Aquela activista política e social afirmou ainda que se registam "situações de violações dos direitos humanos no contexto do activismo em Tete e outros casos que temos estado a assistir com as mulheres do sector informal e do Mercado do Peixe em Maputo".

Para Guirengane, "a situação é muito preocupante, e é por isso que estamos a iniciar um processo de construção do barómetro das mulheres, que pretendemos seja um processo participativo e dirigido por organizações das mulheres a nível nacional, que vai culminar com a entrega do relatório-sombra às Nações Unidas, em Junho de 2023".

Alex Nhambire, da Secretaria de Estado da Juventude e Emprego, reconhece que essas situações são reais e afectam sobremaneira as raparigas em zonas de conflito.

Entretanto, a jurista Ivete Mafundla afirma que para além das agressões físicas e violência sexual, os ideais machistas são também uma forma de colocar em causa os direitos humanos das mulheres, realçando que há muito disso em Moçambique.