Mulheres moçambicanas exigem a Nyusi justiça e paz 

Feministas reunidas no Fórum Mulher, em Maputo, 17 de setembro, 2020.

Organizações feministas moçambicanas juntam-se ao protesto e indignação pelo ato bárbaro, que culminou com o assassinato de uma mulher indefesa, na província de Cabo Delgado, e exigem uma posição concreta por parte do Presidente da República.

Nzira de Deus, diretora-executiva do Fórum Mulher, diz que o grupo quer de Filipe Nyusi o comprimisso de esclarecer o caso.

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“Esta nossa indignação não é a primeira que temos estado a apresentar. Já enviamos uma carta ao Chefe de Estado a chamar atenção para o
contexto de conflito, impacto na vida das pessoas, principalmente para as mulheres”, diz a defensora de direitos.

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O grito de socorro não é apenas para o Governo moçambicano, mas também para que várias organizações internacionais, tendo em conta a carta dos direitos humanos das Nações Unidas, recorda outra defensora de direitos, Mayra Domingos.

O povo está cansado

Domingos faz questão de “lembrar os compromissos internacionais, regionais assumidos por Moçambique, lembrar os marcos de direitos humanos, que geraram criação da própria Nações Unidas justamente a ruptura com a cultura de guerra - o que nós estamos a assistir no nosso país com um requinte de maldade”.

As autoridades de defesa dizem a mulher em causa não foi executada por suas tropas, o que muitos questionam.

Nzira Razão de Deus: O povo está cansado, triste e se sente abandonado"

Nzira de Deus diz que o ideal é que fazer uma investigação séria para esclarecer o caso, uma vez que “o povo está cansado, triste e se sente abandonado, e este é um sentimento que não é bom para um país como nosso que busca a paz incansavelmente”.

Memorial de reivindicação

Como forma de homenagear a finada desconhecida, o Fórum Mulher vai realizar ao longo de uma semana um memorial, e Maria José Artur, da WLSA Moçambique (Mulher e Lei) diz que todos devem se juntarà iniciativa.

Todo o ser humano necessita que haja alguém que chore pela morte dela; este é um memorial de desafio, um memorial de reivindicação
Maria José Artur, defensora de direitos humanos

“Nós se calhar nunca vamos saber o nome daquela senhora que morreu; se calhar nunca vamos saber quem ela era, a sua família;não vamos saber os sonhos que ela tinha, os projectos que tinha para o future;não vamos saber nada disso dela, mas nós achamos que este é um momento para vir prestar luto”.

Ela sublinha que “todo o ser humano necessita que haja alguém que chore pela morte dela;este é um memorial de desafio, um memorial de reivindicação”.

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