Mulheres de diferentes partidos políticos que concorrem às eleições legislativas de 4 de Junho, criaram uma organização denominada Movimento Nacional de Liderança Feminina.
A jurista Maimuna Sila, presidente da Fundação “Ana Pereira”, uma das mais destacadas entidades nacionais vocacionadas na defesa da agenda das mulheres guineenses, diz que "só o facto de ter juntado mulheres de diferentes partidos a conversar e a ter um tema que as une e a quererem fazer algo juntas, já é algo muito poderoso, com grande potencialidade".
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Por isso, Sila afirma que o Movimento Nacional de Liderança Feminina deve ser vista numa perspectiva mais inclusiva, com vista a superar as diferenças políticas no seio das mulheres guineenses e para uma agenda comum.
"Mais do que as suas diferenças partidárias, deve vir à tona o facto delas serem mulheres que estão na politica e que querem fazer essa diferença, concluiu.
O Movimento Nacional da Liderança Feminina surge numa altura em que o país caminha para eleições.
Nos círculos políticos questiona-se até que ponto a agenda deste movimento pode salvar-se da actual pressão politica e eleitoral, congregando, assim, as mulheres à volta de um único objectivo?
Bubacar Turé, especialista em questões da igualdade do género que trabalha nas Nações Unidos, afirma que o "movimento feminismo guineense tem tido enormes dificuldades de se vincar, porque, na verdade, não há e nunca houve uma verdadeira convergência em torno de uma agenda comum".
Na opinião de Turé, os interesses dos partidos políticos não têm contribuído para a afirmação e ascensão das mulheres aos lugares de decisão e deu exemplo com a actual dinâmica política, visando as eleições de 4 de Junho próximo.
"Apesar de termos uma lei de paridade em vigor, os principais partidos políticos se furtaram ao dever legal e moral de colocar as mulheres nas posições legíveis", concluiu aquele especialista.
Na sua declaração, o Movimento Nacional de Liderança Feminina diz pretender “juntar ideias, costurar alianças, animar debates, fazer pressão junto aos poderes públicos para o respeito de leis que promovem a emancipação feminina, assim como influenciar positivamente o ambiente geral, mostrando que é possível fazer a política, sem violentar, sem excluir, sem insultar e nem agredir”.