Muhammadu Buhari foi empossado nesta Sexta-feira, 29, no cargo de Presidente da Nigéria numa cerimónia histórica por ser a primeira vez que um candidato da oposição assume o poder. O novo chefe de Estado apontou como sua prioridade eliminar o grupo terrorista Boko Haram.
General reformado de 72 anos que liderou o país entre 1983 e 1985 após realizar um golpe de Estado, Buhari foi empossado pelo presidente do Tribunal Supremo da Nigéria, Mahmoud Mohammed, enquanto segurava um exemplar do Corão, e jurou respeitar a Constituição e as leis do país.
Após a saudação protocolar com 21 salvas de tiros, o já empossado presidente da Nigéria saudou num carro milhares de pessoas que tinham se deslocado à praça da Águia de Abuja, onde são realizados todos os eventos de importância nacional.
A posse de Buhari coincidiu com as celebrações do Dia da Democracia, instituído em 1999 quando a Nigéria pôs fim a 15 anos de regimes militares, entre eles o de Buhari, e começou um novo período de democracia.
Líderes dos países lusófonos na Nigéria
Participaram da cerimónia personalidades políticas de todo o mundo, entre as quais se destacaram o secretário de Estado americano, John Kerry, os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, e de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, e o vice-presidente angolano Manuel Vicente.
Na sua intervenção, Muhammadu Buhari apontou a eliminação total do grupo terrorista Boko Haran a prioridade do seu mandato e disse que os rebeldes não podem ser considerados derrotados enquanto não foram recuperadas as “meninas de Chibok”, sequestradas há mais de um ano.
O novo homem forte da Nigéria destacou também a recuperação da economia e estabilização do país como preocupações da sua administração.
Buhari enfrenta agora vários desafios, como acabar com a insurgência do Boko Haram, lutar contra o desemprego, que afecta 50 por cento dos jovens e combater a corrupção no governo e na administração pública.
Candidato do Congresso de Todos os Progressistas (APC, na sua sigla em ingês) Muhammadu Buhari venceu com facilidade as eleições do dia 28 de Março, realizadas com seis semanas de atraso pela decisão do Governo anterior de priorizar a luta contra o grupo Boko Haram, que na altura controlava grandes extensões do país.
Após a vitória de Buhari, e apesar de muitos analistas terem temido uma nova explosão de violência pós-eleitoral como o de 2011, Goodluck Jonathan aceitou os resultados e ligou para seu rival para felicitá-lo pela vitória.