O ex-campeão mundial de boxe Muhammad Ali, um dos mais conhecidos muçulmanos dos Estados Unidos, aparentemente se uniu, ontem, às vozes de condenação à proposta do principal candidato presidencial republicano, Donald Trump, que defendeu o bloqueio temporário à entrada de muçulmanos nos EUA.
A notícia é publicada pela Reuters que cita Ali, 72 anos, afirmando que "nós, como muçulmanos, temos de erguer-nos contra aqueles que usam o Islão para avançar sua própria agenda pessoal".
A afirmação consta de um comunicado divulgado pela NBC News, com o título: "Candidatos presidenciais propõem proibir imigração de muçulmanos para os Estados Unidos", mas o texto não cita o nome de Trump.
No comunicado, Ali escreve "sou um muçulmano e não há nada islâmico em matar pessoas inocentes em Paris, San Bernardino, ou qualquer outro lugar no mundo (…) os verdadeiros muçulmanos sabem que a violência implacável dos chamados jihadistas islâmicos vai contra os próprios princípios de nossa religião."
Ali acrescenta: "Acredito que os nossos líderes políticos devem usar a sua posição para trazer compreensão sobre a religião do Islã e esclarecer que esses assassinos equivocados perverteram a opinião das pessoas sobre o que realmente é o Islão".
O antigo atleta natural de Louisville, Kentucky, e três vezes campeão mundial de pesos-pesados, aderiu, em 1964, ao grupo religioso Nação do Islão em 1964.
O seu porta-voz, Robert Gunnell, disse à Reuters que a declaração "não foi uma resposta directa” a Donald Trump, mas “a crença de Muhammad Ali em que os muçulmanos devem rejeitar visões jihadistas extremistas."