MPLA e UNITA trocam acusações sobre transparência nas eleições

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Líderes dos grupos parlamentares dos dois partidos estão em Lubango em tempos de pré-campanha eleitoral

Com duras críticas ao MPLA, o líder da bancada parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, reiterou no Lubango, na província angolana da Huila, a necessidade de transparência nas eleições de Agosto e exigiu que o partido no poder acabe, de uma vez por todas, de se servir dos bens públicos para fazer a sua campanha eleitoral.

Em resposta, o também líder da bancada parlamentar do MPLA, Virgílio Fontes Pereira, acusa o principal partido da oposição de pretender obstruir a seriedade do processo eleitoral.

Liberty Chiyaka, que cumpre um programa de visita de trabalho à Huíla na qualidade de membro acompanhante para a província, disse que as regras da transparência e da lisura eleitoral estão a ser de forma “grosseira” e “encapotada” violadas pelo presidente do MPLA, o que segundo ele, voltou a estar demonstrado agora na província de Cabinda, depois do que se viu no Cunene.

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Para Chiyaka, as regras da transparência eleitoral são igualmente violadas pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que acusa-a de, entre outras, estar a preparar a utilização de uma solução tecnológica viciada.

“A solução tecnológica que a Comissão Nacional Eleitoral pretende utilizar nas eleições está viciada. Contém vícios de abuso e desvio de poder em conexão com ofensa à lei orgânica sobre a organização e funcionamento da Comissão Nacional Eleitoral. Constata-se que a Comissão Nacional Eleitoral fez recurso a meios fraudulentos que conformam claramente violação da lei dos contratos públicos”, afirmou.

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Para o líder da bancada parlamentar da UNITA é igualmente grave que a caminho das quintas eleições gerais em Angola, haja um vazio institucional para o contencioso pré-eleitoral e volta a apontar o dedo à Comissão Nacional Eleitoral.

“A Comissão Nacional Eleitoral não actua no período pré-eleitoral, ou seja, não exerce competências normativas ou sancionatórias. Não garante o tratamento igual dos partidos políticos pelos órgãos de comunicação social públicos, não sanciona o uso e abuso da televisão pública para a propaganda eleitoral encapotada, não pede contas nem sanciona os agentes públicos os partidos e forças que usam abusivamente os recursos públicos para actividades partidárias quer como indivíduos quer como dirigentes de partidos políticos que apoiam o governo em funções”, concluiu Chiyaka.

Contra-ataque

Para o MPLA, o discurso da oposição sobre a ausência de transparência nas eleições visa "obstruir a seriedade do processo e está na falta desta em apresentar resultados na sua base de apoio", disse o presidente da bancada parlamentar do MPLA.

Virgílio de Fontes Pereira fez estas afirmações na abertura das IV jornadas parlamentares do partido no poder que decorreram no Lubango de ontem a 29 de Abril.

“O discurso opaco da oposição cumpre estas duas funções. Parece mostrar a sua desonestidade dá a impressão que sempre que oposição grita é porque vem o lobo atrás. Não temos culpa dos medos da oposição", acusou Pereira.

As IV jornadas parlamentares do MPLA vai centrar-se em temas como o registo eleitoral e às Eleições de 2022, Agenda Política do MPLA para 2022, Estratégia Política do Partido, Processo de Registo Eleitoral e a Legislação Eleitoral, bem como a Estabilização dos preços da cesta básica.