MPLA e UNITA saúdam a independência com leituras diferentes sobre as “conquistas” do país

  • VOA Português

Jonas Savimbi, presidente da UNITA, Agostinho Neto, presidente do MPLA e Holden Roberto, presidente da FNLA



O Bureau Político do Comité Central do MPLA, partido no poder em Angola saudou, nesta segunda-feira, 1 de novo, “o povo angolano” e reconhecer “a entrega e convicção na vitória, especialmente daqueles que participaram dirctamente no longo e árduo processo da luta.

A UNITA, principal partido da oposição, considerou que a Independência Nacional foi uma dura conquista de sangue e incontáveis sacrifícios consentidos nas lutas de várias gerações de nobres filhos de Angola “de todos os movimentos de libertação nacional”.

Veja Também Blinken destaca "crescimento da parceria estratégica" com Angola

"A proclamação da Independência de Angola, sob a direção do MPLA e a liderança inspiradora do saudoso Presidente Doutor António Agostinho Neto, marcou pois um momento histórico, simbolizando não só a libertação de Angola, mas abrindo assim caminho para a construção de uma nação soberana e independente, com sua própria identidade e projecto de futuro", lê-se no comunicado do Bureau Político do MPLA, que enfatiza que “em cada celebração do 11 de novembro, todo cidadão angolano, se deve sentir, ainda mais comprometido com o país, demonstrando total entrega e abnegação às mais nobres causas da Nação, património colectivo de todos”.

Your browser doesn’t support HTML5

Osvaldo Mboco lança livro sobre política externa em Angola

O MPLA acrescenta ser este um momento de união e de reflexão sobre o legado dos que lutaram pela liberdade, e um convite para que todos participem ativamente na construção de uma Angola mais próspera e justa e “exorta o povo angolano a elevar o espírito patriótico e a reforçar o dever de preservar a soberania e unidade nacional, uma das conquistas mais fundamentais alcançadas com a Independência”.

O partido liderado por João Lourenço pede ainda “à sociedade que celebre esta data com um olhar voltado para o futuro, antecipando com entusiasmo o marco dos 50 anos de Independência, que será celebrado, em 2025, com um vasto programa de actividades em curso, sempre focado no objectivo de que o mais importante é resolver os problemas do povo”.

Veja Também Independência de Angola: percurso e desafios

Por seu lado, a UNITA destaca a “dura conquista de sangue e incontáveis sacrifícios consentidos nas lutas de várias gerações de nobres filhos de Angola, de todos os movimentos de libertação nacional”.

Na sua mensagem, o partido do `galo negro` saúda todo o povo angolano pelo 49º aniversário da Independência Nacional, uma data que foi acordada pelos líderes dos movimentos de libertação nacional: Álvaro Holden Roberto, pela FNLA, António Agostinho Neto, pelo MPLA, e Jonas Malheiro Savimbi pela UNITA, nos Acordos de Alvor”.

No entanto, ao contrário da leitura do partido no poder, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA disse constatar, “com fundamentos incontestáveis que a corrupção, a ultra partidarização das instituições do Estado e a não realização das autarquias locais emperram a dignidade do cidadão angolano e impedem o desenvolvimento sustentável de Angola”.

O partido liderado por Adalberto Costa Júnior reitera “o seu apelo permanente pela defesa do Estado Democrático de Direito, das liberdades, do combate à extrema pobreza, da paz social e da efetiva reconciliação nacional”.

A 11 de novembro de 1975, no atual Largo da Independência, Agostinho Neto, presidente do MPLA, proclamava a Independência de Angola.