O Comité Central do MPLA, partido no poder em Angola, aprovou na sexta-feira, 29, dois instrumentos de conduta e ética que vão doravante guiar o comportamento dos seus militantes ao abordarem em asta públicos assuntos ligados ao partido.
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Militantes dizem que o documento vai punir militantes que não reflectirem a opinião do partido nos assuntos que postam nas redes sociais, enquanto um analista defende expulsão de militantes corruptos, em vez daqueles que opinam nas redes sociais.
Já em 2014, no consulado de José Eduardo dos Santos, o MPLA anunciava a elaboração de um Código de Ética para enquadrar o comportamento de militantes nas redes sociais.
Cinco anos depois, João Lourenço manda aprovar dois instrumentos de conduta e ética que vão doravante guiar o comportamento dos seus militantes ao abordarem nas redes sociais assuntos ligados ao partido.
Diavita Jorge, politólogo e militante do MPLA, diz que o instrumento é bem-vindo porque vai disciplinar muitos dos “camaradas” que de forma irresponsável expõem nas redes sociais os assuntos internos do partido.
“Não se pode admitir que militantes ridicularizem a postura do Presidente, tem de haver disciplina para isso e veio a bom tempo”, defendeu Jorge.
A mesma opinião tem Aniceto Cunha, sociólogo e militante do MPLA, para quem vai “disciplinar e orientar a forma de participação dos militantes do MPLA nas redes sociais”.
Outras leituras
Entretanto, para o jornalista Ilídio Manuel o código de conduta vai condicionar a postura dos militantes nas redes sociais e vem mostrar igualmente a falta de democracia dentro do MPLA.
“É uma forma de condicionar os militantes nas redes sociais e isso pode ser indício de que não existe democracia a nível interno e os militantes vêm para fora tecer as suas criticas e muitas vezes de forma anónima”, alertou.
Jáo politólogo Olívio Kilumbo, afirma que é bem-vinda,mas para melhor reforma no MPLA é importante que se expulse os militantes que comprometem o partido com práticas de corrupção e não os que apenas fazem críticas nas redes sociais.
“É importante que o partido expulse figuras que mancharam o partido com práticas de corrupção e não os apenas comentam nas redes sociais, essa é que é a verdadeira reforma””, defendeu.
Para o primeiro secretário do em exercício do MPLA em Luanda, Manuel Quarta, os documentos preveem medidas disciplinares e jurídicas aos infractores.