O ministro moçambicano da Saúde, Armindo Tiago, defende "a aproximação" dos preços praticados na prestação de cuidados médicos nos sectores público e privado, "porque a população está a reclamar", mas analistas dizem que esta é uma "reclamação poética", porque ele é que autoriza e monitora as actividades de empresas privadas de saúde.
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O governante falava num encontro com representantes de clínicas privadas, e realçou que "neste momento, a sociedade está reclamar os preços praticados sobretudo no sistema privado".
"O ministro da Saúde é o regulador; ele é que autoriza as empresas privadas na área da saúde a operarem em Moçambique; ele é que tem que definir o preço em função da conjuntura económica e social do país, e não pode vir aqui fazer reclamações poéticas", afirmou o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga.
Ele avançou que interesses comerciais de alguns dirigentes em clínicas privadas "impedem que se regule para que se pratique um preço justo nas condições do país".
"O preço que as clínicas privadas aplicam é criminoso, e esse preço é praticado com o beneplácito de dirigentes, porque eles sabem que têm interesses comerciais nessas clínicas", realçou Nuvunga.
Para o sociólogo Francisco Matsinhe, "é curiosa e até poética a afirmação do ministro da Saúde, porque ele sabe que a diferença entre os preços praticados nas clínicas e farmácias privadas e públicas é abismal e nada justifica esta situação".
Por seu turno, o jornalista Alexandre Chiúre diz que, por exemplo, "os doentes com Covid-19, que se dirigem à unidades sanitárias privadas pagam entre 700 mil e 800 mil meticais; é muito dinheiro e nem sempre ficam curadas".
Procuramos sem sucesso, obter a reação de representantes de clínicas privadas, relativamente à ideia defendida pelo Ministro Saúde, para "a aproximação de preços neste sector.