Trabalhadores moçambicanos do sector privado exigem melhorias salariais em paralelo com a tabela salarial paga pelo Estado e que foi actualizada no último trimestre de 2022.
A exigência foi manifestada nesta quinta-feira, 9, em Maputo, pelo secretário geral da Central Sindical da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos, Alexandre Munguambe, na abertura de uma reunião do Conselho Consultivo do Trabalho, um órgão tripartido que junta o Governo, patronato e sindicatos.
“Esperamos que a Tabela Salarial Única, que determina os salários no aparelho do Estado, inspire o sector privado a adoptar como base, de modo a trazer melhorias aos trabalhadores deste sector. Não estamos a exigir salários altos, estamos apenas a exigir valores que comportem uma cesta básica para o trabalhador” disse Munguambe.
O repto foi de pronto respondido pelo patronato, chamando a atenção para que os sindicatos não confundam as condições da Função Pública com as actuais no sector privado, afastando assim, qualquer discussão de salário paralelo.
“Não se pode fazer paralelismo do modelo de fixação de salários nas empresas privadas com a Tabela Salarial Única da Função Pública. Os parceiros sociais devem concentrar- se no habitual modelo, tendo sempre em conta os pressupostos macroeconómicos e a real situação das empresas e do seu nível de produtividade” disse Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
No início de uma sessão que promete aquecer os debates sobre os novos salários mínimos a vigorarem neste ano no sector privado, a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Margarida Talapa, tratou de serenar os ânimos e apelar às partes a fazerem a concertação social sem subjectivismos.
“Como Governo vamos continuar a servir de observadores desse diálogo e, no momento oportuno iremos, naturalmente, nos posicionar, mas queremos pedir para que façamos uma discussão aberta e na base da real situação das nossas empresas” disse Talapa.
Das contas dos sindicatos, o salário mais baixo no país cobre apenas um quinto das necessidades de uma família, situação agravada com a subida do custo de transporte, há duas semanas, o que promete ser um cavalo de batalha para os sindicatos lutarem por maior aumento salarial.