Moçambique: Prevalecem fragilidades na prevenção e combate à lavagem de capitais

Meticais

Analistas dizem que o Governo de Moçambique pode estar a ser demasiadamente otimista quando afirma que o país poderá sair da lista cinzenta do Gabinete de Informação Financeira Internacional (GAFI) dentro de ano e meio, porque ainda há muitas fragilidades, sobretudo do ponto de vista da legislação referente à prevenção e combate à lavagem de capitais.

O director-adjunto do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique, Luis Cezerilo, citado pela Rádio Moçambique, disse que o país registou progressos significativos que poderão ser avaliados positivamente pelo GAFI, no seu próximo plenário.

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Moçambique: Prevalecem fragilidades na prevenção e combate à lavagem de capitais

Cezerilo disse que ‘’temos um relatório de progressos significativos que submetemos, aguardamos a avaliação do GAFI, e o Governo continua comprometido no sentido de cumprir aquilo que o próprio Executivo traçou no seu plano de acção para a remoção de Moçambique da lista cinzenta no período de ano e meio”.

Falta de seriedade

Entretanto, vários analistas dizem ser pouco crível que Moçambique saia da lista cinzenta do GAFI dentro do período previsto pelas autoridades governamentais, sobretudo devido à falta de seriedade com que as coisas estão a ser feitas no país.

“Nós proclamamos de viva voz e repetimos várias vezes que estamos a combater a corrupção e o tráfico de drogas, mas no concreto, não temos exemplos claros e eloqüentes, e quando temos, as sentenças e condenações são alguma coisa apenas para o inglês ver”, disse o analista político Lucas Ubisse.

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Para o também analista político Fernando Lima, ainda há muitas vulnerabilidades em relação a questões de terrorismo e lavagem de capitais, sobretudo na parte de implementação de ações contra estes crimes.

Por seu turno, o investigador Borges Nhamirre, afirma que as agências de aplicação da lei têm sido incapazes de prevenir e combater o terrorismo, lavagem de capitais e a circulação de armas, sublinhando que Moçambique tem que reforçar estas capacidades.

Moçambique aderiu a várias convenções e organismos internacionais entre as quais o Grupo de Países do Sul e Leste de África contra a Lavagem de Dinheiro- ESAAMLG e o Grupo de Ação Financeira Internacional –GAFI, que têm apoiado o país na adopção e implementação de legislação e medidas de prevenção e combate à lavagem de capitais e financiamento ao terrorismo.