A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou nesta segunda-feira, 28, a abertura de um processo-crime contra o candidato presidencial Venâncio Mondlane e exigiu ainda àquele político e ao Partido Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) a devolução de uma arma tomada pelos seus apoiantes da polícia.
O anúncio foi feito pelo porta-voz da corporaçção apontou como crimes de Mondlane e seus apoiantes "de incêndio do posto policial, apoderamento de arma de fogo do tipo AK-47, atos que acabam colocando em alvoroço não só o distrito de Moma como também a própria província de Nampula".
Veja Também Federação Internacional de Direitos Humanos e CDD denunciam 11 mortos em MoçambiqueEm conferência de imprensa em Maputo, Orlando Mudumane afirmou que "os atos violentos contra as instituições policiais e os membros da PRM tiveram como consequências 21 membros da PRM feridos, entre graves e ligeiros, um óbito e vandalização de três viaturas e duas residências, incluindo desta feita o posto policial que foi queimado".
O porta-voz acrescentou ainda que a PRM "exige da parte do cidadão Venâncio Mondlane e do partido Podemos a devolução imediata da arma de fogo do tipo AK-47 de que se apoderaram os seus membros no posto policial de Chalaua, no distrito de Moma, na província de Nampula".
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A decisão da PRM acontece 24 horas depois de Podemos ter anunciado que pediu ao Conselho Constitucional "um julgamento verdadeiro sobre quem ganhou as eleições", de acordo com o texto do documento visto pela agência de notícias francesa, AFP.
O segundo partido mais votado para o Parlamento nas eleições de 9 de outubro exigiu que o tribunal "repita a contagem geral" dos votos, citando inúmeras supostas irregularidades na eleição de 9 de outubro.
No recurso, o Podemos pede que as seções eleitorais entreguem detalhes completos de como eles contaram os números de votos que eles submeteram à comissão.
Na quinta-feira, 24, a Comissão Nacional de Eleições anunciou a vitória do candidato do partido no poder, Frelimo, Daniel Chapo, na corrida à Presidência, com 70,67 por cento dos votos, contra Venâncio Mondlane, com 20,32 por cento, Ossufo Momade, da Renamo, com 5,81 por cento e Lutero Simango, do MDM, com 3.21 por cento dos votos.
Para o Parlamento, a Frelimo conquistou 195, assentos, Podemos 31, Renamo 20 e MDM quatro.