O destino a ser dado à telefonia TmCel e a actual gestão das Linhas Aereas de Mocambique dominam a sessão de perguntas de parlamentares ao governo, com a oposição a exigir transparência nos processos visando resolver as graves questões de tesouraria, que transformaram as duas empresas no que classificam de fardo para o Estado
Deputados das três bancadas no parlamento moçambicano estão preocupados com a situação das empresas públicas, principalmente com o destino que o governo está a dar às Linhas Aéreas de Moçambique, companhia estatal que há quase um mês está sob gestão estrangeira, no âmbito da reestruturação em curso.
No geral, quer o MDM, quer a Renamo, questionam a falta de transparência do processo que culminou com a escolha da empresa sul-africana Fly Modern Ark para liderar a comissão de gestão, por considerar tratar-se de uma entidade com pouco crédito nos países vizinhos.
Negócio nebuloso
“É preciso que o governo seja claro connosco e explicar com precisão as reais razões por detrás do negócio nebuloso das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) que pode resvalar na privatização da companhia aérea nacional ao desbarato e sem critérios de transparência” exigiu o porta-voz do grupo parlamentar do MDM, Fernando Bismarque.
Veja Também Redução de pessoal em empresa pública de telefonia em Moçambique abre debate sobre gestão e direitosO segundo maior partido da oposição diz que o actual gestor foi afastado em companhias do Zimbabwe e da África do Sul, por não ser suficientemente credível para liderar a transformação numa empresa de dimensão estratégica quanto a LAM.
Veja Também Governo cede Linhas Aéreas de Moçambique a gestão internacionalPor sua vez, a Renamo considera que o governo precisa de levar a sério a situação das empresas públicas, que ainda que sejam um elevado fardo para o Estado, a solução deve ter em conta o bem público e o interesse nacional.
“Só assim é que podemos considerar ter valido a pena qualquer solução que seja dada para estes cancros que minam a nossa economia” disse Arnaldo Chalaua, porta-voz da Renamo.
A Frelimo, bancada maioritária e de suporte ao governo, também não passa ao lado do assunto da companhia de bandeira.
Em perguntas dirigidas ao executivo, a Frelimo quer saber do alcance das intervenções realizadas quer na LAM, em particular, e os ganhos que se esperam para o país.
Medidas de sacrificio
Na sua primeira resposta às questões, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, desvaloriza as críticas sobre a qualidade do novo gestor e assegura que tudo foi feito com a finalidade de trazer benefícios ao país.
“Os resultados esperados são os mais positivos possíveis e depois do período de gestão, que essencialmente visa reorganizar a companhia e colocá-la na melhor situação, tomaremos a decisão sobre o futuro,” disse Magala.
Por outro lado, o ministro anunciou que o governo está a estudar, junto de consultores internacionais, a melhor saída para a TmCel, companhia pública de telefonia, que se encontra numa situação financeira que considera bastante preocupante.
“Aqui (TmCel) teremos que tomar decisões mais profundas. Já reduzimos a mão de obra em 60% e, uma coisa é preciso saber: Algumas situações vão exigir sacrifício de todos” antecipou.
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