Moçambique: Pairam sombras sobre o recenseamento eleitoral

Moçambique foi a votos neste 15 de Outubro de 2019. Em Wimby, na província de Cabo Delgado, a assembleia de voto funcionou a luz da lanterna.

Equipamentos provenientes da China podem atrasar o processo

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, Dom Carlos Matsinhe, diz estar a trabalhar na aquisição de equipamento para o recenseamento eleitoral, mas manifesta-se preocupado porque os prazos começam a ficar apertados.

O início do censo eleitoral está marcado para 20 de Fevereiro de 2023.

O equipamento inclui computadores, os chamados mobiles, que segundo Carlos Matsinhe, vão ser adquiridos na China, não se sabendo, no entanto, quando é que deverão chegar a Moçambique.

Matsinhe não disse, mas sabe-se que tudo tem a ver com o desembolso de fundos pelo Governo moçambicano, com o qual a CNE está a trabalhar, para agilizar o processo.

O presidente da CNE está preocupado porque a aquisição de material e equipamentos para as eleições é um processo complexo.

Entretanto, o analista político Ismael Mussá reitera que a preocupação da CNE podia ser resolvida se Moçambique acabasse com o cartão do eleitor que se emite em todos os ciclos eleitorais, com dinheiro pedido a doadores internacionais.

"Vamos acabar com o cartão do eleitor", defende Ismael Mussá.

Contudo, para o economista Elcídio Bachita essa é uma solução muito difícil de se alcançar, num contexto de muitas desconfianças entre os partidos políticos, pelo que uma saída viável passa por o Estado maximizar a colecta de receitas, sobretudo no sector informal, porque "há muita gente no sector informal que não paga impostos".