O cardeal Matteo Zuppi, mediador do processo negocial que resultou num entendimento entre o Governo moçambicano e o antigo movimento rebelde, em 1992, congratulou Moçambique pelos 30 anos de paz, mas a Renamo diz que persistem resquícios de intolerância política que podem colocar em causa essa paz.
Dom Matteo Zuppi, dirigiu esta tarde, em Maputo, uma palestra sobre o processo de pacificação em Moçambique, uma palestra bastante concorrida em que participaram representantes de partidos políticos, academia e diferentes organizações da sociedade civil.
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Zuppi não escondeu a sua satisfação por Moçambique, volvidos 30 anos, estar a trilhar os caminhos da paz e reconcialação, realçando que "o respeito de uns pelos outros, é fundamental para que a paz seja mais estável".
Contudo, a Renamo, que considera bem-vinda a visita de Dom Matteo Zuppi, diz que ainda não se pode falar num verdadeiro ambiente de paz e reconcialação, porque, segundo José Manteigas, porta-voz do partido, ainda há resquícios da falta de coabitação política.
"A vinda de Dom Matteo Zuppi a Moçambique deve ser permanente porque ainda sentimos resquícios da intolerância, falta de reconcialação e de paz efectiva, dado que algumas atitudes do Partido no poder revelam, claramente, que a reconcialação é algo que devemos consolidar", realçou.
Dom Matteo Zuppi deslocou-se a Maputo, no âmbito das celebrações dos 30 anos do Acordo Geral de Paz, assinado a 4 de Outubro de 1992, na capital italiana, Roma.