Mais um julgamento de um caso de rapto teve lugar, esta semana, em Maputo, e o cenário repetiu-se: No banco dos réus estiveram sentados apenas os raptores, porque os mandantes não são conhecidos.
Analistas dizem que os mandantes dos vários casos de rapto que ocorrem nas principais cidades moçambicanas nunca serão conhecidos, porque o crime organizado capturou importantes sectores do Estado.
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A sentença deste caso, que envolve o rapto do empresário Manish Cantilal, será lida no dia 5 de Março próximo.
Adriano Nuvunga, director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) olha para esta situação com muita preocupação, porque “os mandantes dos raptores sempre ficam impunes, uma vez que nunca se conhece a sua identidade".
Veja Também Juiz do Tribunal Supremo de Moçambique pede protecção mais sofisticada para magistrados e familiares"Este é um crime organizado, que capturou sectores importantes do Estado e está a prosperar (…) porque nada acontece àqueles que estão por detrás", realça o director do CDD.
Por seu turno, o analista Tomás Rondinho considera que não há interesse em se capturar os mandantes dos raptores, porque se trata de casos em que estão envolvidos alguns agentes do Estado.
O mesmo ponto de vista é partilhado pelo jornalista Fernando Mbanze, indicando que as autoridades policiais até convidaram jornalistas para cobrir a operação de resgaste do empresário Manish Cantilal.
"Isto significa que não é por falta de informação que nunca chegam aos mandantes dos raptores", lamenta Mbanze.
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