Em Moçambique, as migrações forçadas, as calamidades naturais e o clima económico desfavorável fazem crescer a insegurança, sobretudo das mulheres nos principais centros urbanos de Moçambique, que não são configurados para oferecer uma boa segurança a este grupo social.
Esta observação é da ONU HABITAT, enquanto a organização não-governamental moçambicana Observatório das Mulheres diz que nos primeiros seis meses de 2023 foram registados cerca de 50 casos de assassinatos e desaparecimento de mulheres.
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A especialista em género na representação da ONU HABITAT em Moçambique diz que a insegurança figura entre os principais desafios que as mulheres enfrentam nas cidades moçambicanas.
Yolanda Sitoi avançou que a cidade de Maputo, sobretudo os bairros de Maxaquene e Lhamankulo, não oferece segurança particularmente para as mulheres, realçando que "o mesmo se passa relativamente à cidade da Beira, onde diariamente ocorrem casos de violência baseada no gênero, onde as mulheres são mortas".
Contudo, a diretora executiva da organização não-governamental moçambicana Observatório das Mulheres considera que estes casos não se registam apenas nos principais centros urbanos do país, mas também nas diferentes províncias de Moçambique.
Quitéria Guirengane anota que nos primeiros seis meses do presente ano, foram registados cerca de 50 casos de assassinato e desaparecimento de mulheres em Moçambique.
Aquela ativista ressalva que "estes são os casos mediatizados, mas o cenário é ainda mais assustador quando olhamos para o país todo, onde o trafico, a violação e a morte de mulheres estão a atingir níveis bastante preocupantes’’.
Por outro lado, Yolanda Sitoi apontou que a mobilidade é outro desafio aliado ao crescimento urbano, particularmente para as mulheres, interrogando-se "até que ponto oferecemos transporte seguro a este grupo especifico".
As mulheres e crianças da província de Cabo Delgado, que há mais de cinco anos está a enfrentar o terrorismo, são as que enfrentam graves situações de insegurança, no país, mas o governador provincial, Valigy Tauabo diz que tudo está a ser feito no sentido de protegê-las.