Moçambique: Governo vai responsabilizar médicos faltosos e avançar com novo regulamento

  • VOA Português

Hospital Provincial da Matola, Moçambique

Executivo anuncia contratação de mais 60 médicos e prepara um regulamento que pode reduzir direitos dos profissionais.

O Governo moçambicano anunciou que vai contratar pelo menos 60 médicos para dar resposta às deficiências do sector da Saúde, que levou os médicos a uma greve que vai para 23 dias e promete responsabilizar os profissionais grevistas.

No final de uma reunião do Conselho de Ministros, nesta terça-feira, 1, o porta-voz anunciou que "o Governo não só continuará a fazer o seu trabalho no que concerne ao registo de faltas para responsabilização dos médicos faltosos, como também tem estado a pensar em estratégias que visam resolver este problema".

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Impacto da greve dos médicos em Moçambique

Filimão Suaze acrescentou que pelo menos 60 médicos serão contratados nos próximos tempos no âmbito das estratégias para cumprir o acordado com a Associação Médica de Moçambique (AMM) .

"Temos a partilhar que dos cinco pontos que tínhamos por satisfazer ao longo do mês de julho quatro foram ultrapassados, tendo ficado um relativo as horas extraordinárias até 2020, que, a esta altura, está em quase 80% de satisfação", concluiu o porta-voz do Conselho de Ministros.

A AAM ainda não reagiu a este posicionamento do Executivo de Filipe Nyusi.

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Na sexta-feira, 28, os médicos decidiram prorrogar a greve por mais 21 dias, ou seja até 21 de Agosto.

“Ainda não fomos contactados, mas temos estado a receber vários recados pela imprensa, alguns falam sobre a situação económica do país”, afirmou o presidente da AAM na altura.

"Como médicos, temos consciência das dificuldades financeiras que o nosso país enfrenta”, acrescentou Milton Tatia, lembrando que foi com base nisso que, em Fevereiro, “a classe médica cedeu em quase todas reivindicações do caderno inicial”.

Entretanto, a Voz da América saber que o Governo tem uma proposta para rever o Regulamento do Estatuto do Médico na Administração Pública, que pode mexer em alguns direitos já adquiridos pelos médicos, como a redução do subsídio do trabalho em regime de turnos, dos actuais 30% para 7,5% e a alteração da modalidade de trabalho extraordinário, tendo em conta que o médico e o médico dentista não exercem atividades.